Com tamanhos diferentes, os caramujos parecem ser inofensivos, mas por trás de um simples caracol, o animal que faz parte dos artrópodes, pode transmitir doenças graves para o ser humano.
Diante deste fato, a reportagem foi em busca de informações técnicas a respeito do animal.
Ao Acorda Cidade, o biólogo Vinícius Souza Carneiro, da UniFTC, destacou que a infestação dos caramujos não é exclusivamente de Feira de Santana, mas sim, em todo o território brasileiro.
“Esta infestação é no Brasil, não é especificamente em Feira de Santana. Nós temos uma praga que acontece desde a década de 80 em Feira de Santana, é uma das cidades mais atingidas, mas já foi registrada a presença desse animal até na região norte por exemplo, é um animal que não é natural daqui. É um caramujo africano, então originalmente ele veio de lá, esse caramujo ele foi trazido na década de 80 por pessoas que queriam introduzir ele como alternativa ao escargot, teve um grupo que trouxe lá no Paraná e outro grupo que trouxe no porto de Santos, não deu certo, o brasileiro não tem essa cultura de comer caramujo, a carne dele também mais dura, então em vez de devolver o animal para o continente ou exterminar este animal, eles soltaram este bicho na natureza, e o que é que acontece? Eles se reproduzem de forma muito rápida”, explicou.
De acordo com o biólogo, não existe uma alimentação específica para este tipo de animal, e por achar nutriente de forma fácil, a reprodução de caramujos também acontece de forma fácil.
“Eles são artrópodes, são moluscos e estes animais têm um hábito alimentar muito diverso. Podem comer restos, alguns moluscos se alimentam de outros animais, podem comer também vegetais, material ainda composição, folhas, inclusive esses animais são pragas de plantações que entram pela diversidade alimentar, eles conseguem absorver bastante coisa, e acabam se reproduzindo muito bem”, disse o biólogo ao Acorda Cidade.
Segundo Vinícius, a recomendação é que as pessoas não toquem nestes animais sem nenhum tipo de proteção.
“Não é aconselhável manipular estes animais com as mãos nuas, porque eles podem ter agentes citológicos, perigosos, inclusive um verme que provoca por exemplo, uma espécie de meningite. O animal penetra no corpo, e provoca inflamação. Não costuma ser letal, mas pode levar à morte, e dentre outras doenças. Ele é inclusive um disseminador da dengue, porque quando ele morre, a concha dele acaba acumulando água parada. Esses animais põem ovos na terra, e estes ovos podem ficar por um bom tempo ali, 50, 100 ovos enterradinhos ali, então é muito difícil fazer uma limpeza do terreno. Para tirar esses animais, é necessário pegar estes animais adultos antes de matar ou descartar, e colocar dentro de uma bacia com água e hipoclorito ou bastante sal. Estes animais vão morrer e os parasitas que ficarem neles, também irão morrer, e daí a pessoa vai fazer o descarte dos corpos destes caramujos”, explicou.
Locais apropriados para os caramujos
De acordo com o biólogo, os caramujos preferem locais mais úmidos e gostam do período de chuva.
“Os caramujos gostam muito de locais úmidos, porém eles também resistem ao calor. Mas aqueles locais úmidos, são os pontos de preferência para eles, ainda mais, locais que possuem material orgânico para eles se alimentarem, gostam de sair mais à noite, na chuva, comparado ao dia ensolarado. É importante dizer que qualquer lixo, se torna um material orgânico para ele, então é necessário evitar acúmulo de lixo, porque é como comparar com uma barata. Elas consomem sujeira e a partir daí, se reproduzem, então quanto mais sujeira, maior será o alimento para estes animais”, concluiu.
Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade
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