Laiane Cruz
Controlando o União Brasil em Feira de Santana, a deputada federal Dayane Pimentel confirmou, na manhã desta segunda-feira (30), que seguirá em busca da sua reeleição este ano, assim como seu apoio à pré-candidatura de Luciano Bivar, presidente nacional da sigla, para a presidência da República.
De acordo com a deputada, sua esperança era que o ex-juiz Sérgio Moro fosse o escolhido para encabeçar a chapa majoritária. No entanto, como a pré-candidatura de Moro não foi adiante por falta de apoio político, ela seguirá apoiando o nome de Bivar, acreditando que ele pode se lançar como uma terceira via nesta eleição.
“Eu não vou apoiar Lula de forma alguma, que para mim representa todo um passado de corrupção, nem Jair Bolsonaro, que é um presente de corrupção e insanidade, então eu vou com a terceira via, que para mim o mais provável hoje é o nome do meu partido. [..] Essa é uma discussão partidária muito forte, vai passar pelo MDB, PSDB, Cidadania, pelo próprio União. Minha leitura é que Bivar será candidato independente desses apoios. A gente tem força, estrutura, tempo de TV, estrutura financeira, e ele vai levar essa candidatura adiante”, avaliou a deputada.
Na opinião dela, a candidatura de Moro não foi adiante por conta da vaidade de alguns políticos, que não quiseram abrir mão de suas candidaturas, a fim de fortalecer um nome que pudesse bater de frente como a polarização Lula X Bolsonaro.
“Minha opinião pessoal como cidadã é que o ego sempre está falando muito forte. Todos os partidos querem encabeçar essa chapa, não querem abrir mão. O Moro, que era um candidato que despontava já com 10%, não foi aceito no mundo político. Muitos antes do lançamento de Moro, a nível de Bahia, ACM Neto entendia que aqui ele precisa estar neutro, para poder mostrar à população que ele, como governador, vai governar com qualquer presidente, então eu acredito que nessa esfera dos partidos, nessa questão nacional, a gente vê a questão do ego, a exemplo de João Dória, que não abriu mão, só no último minuto, e vemos a Simone Tebet, que neste momento poderia ter fortalecido o Sérgio Moro, e não fizeram. Isso fez com a terceira via se desintegrasse um pouco. Neste momento, vamos precisar concentrar forças no nome que tiver mais condições para mostrar à população que entre o ruim e o muito ruim, a gente pode ter uma terceira opção”, destacou Pimentel.
Ela disse ainda que Moro foi boicotado dentro do Podemos e ao se filiar ao União Brasil, também não teve o apoio necessário para crescer na campanha.
“O que deu errado na candidatura de Moro é que, a nível do Podemos, ele foi boicotado por alguns senadores, pelo diretório nacional, e viu que não iria ter a legenda lá na frente e também não tinham um plano estruturado. Então ele resolveu migrar para o União Brasil, em uma decisão própria. [..] O Luciano Bivar, presidente do União Brasil, também é um entusiasta dessa candidatura do Sérgio Moro, mas depois da fusão, existe uma cláusula estatutária no partido que qualquer pré-candidato dentro do partido precisa ter 2/5 de apoio dentro do partido, e quando Moro veio para o União Brasil, ele não conseguiu regimentar esses 2/5. Eu sou apoiadora de Sérgio Moro, mas não tenho voto na executiva nacional. Quem tem voto na executiva nacional é o próprio ACM Neto, o Bivar, alguns deputados nossos da Bahia, como Elmar Nascimento, senadores de outros estados. Então esse pessoal decidiu que neste momento a candidatura de Moro não iria ser favorável em alguns estados, como a Bahia, onde temos aqui um forte apelo ao ex-presidente Lula. Todos esses parâmetros foram analisados.”
Sobre a missão de comandar o partido em Feira nesta eleição, a deputada Federal Dayane Pimentel disse que essa administração da comissão irá ajudar Feira de Santana com as candidaturas que têm aqui, e trazer mais força neste período eleitoral.
“Quando houve a fusão não havia comando, pois todas as comissões caíram, então foi necessário levantar algumas e nós da estadual estamos levantando algumas pela Bahia e Feira de Santana foi uma dessas que nós levantamos. Comandar o partido significa ter mais uma ferramenta para deliberar, criar ações partidárias, para quem sabe fazer formações, eventos, tudo em prol dos filiados do município. Vou à reeleição, que nunca fugiu do meu plano. Sempre estive focada nisso, dentre as minhas esferas político partidárias. Sou uma deputada de trabalho, de primeiro mandato, mas que fiz muito por Feira de Santana e pela Bahia. Só para Feira, foram R$ 15 milhões direcionados pelo meu mandato para a educação, saúde, infraestrutura, projetos sociais, então eu chego com essa plataforma do serviço prestado. Sobre as minhas bases eleitorais, creio ter dado essa resposta em 2020, quando disputei com fortes máquinas e obtive a mesma média de votação, em uma eleição muito mais dura e menos tempo de elaboração política, porque decidi ser candidata no último minuto. Tenho uma votação própria de pessoas que acreditam no meu trabalho”, afirmou.
A expectativa da executiva estadual, segundo ela, é que a reeleição seja garantida com até 70 mil, mas tudo vai depender do crescimento da majoritária com ACM Neto e do número de candidatos, que por ser maior diminui o coeficiente eleitoral.
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