Os barraqueiros que comercializam lanches em frente ao Hospital Estadual da Criança (HEC) em Feira de Santana, procuraram a produção do Acorda Cidade, para reclamarem sobre o processo de seleção que foi feito, para utilizar os novos quiosques construídos pela Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab), na área interna do Hospital.
De acordo com os comerciantes, apenas seis barraqueiros foram contemplados, e aqueles que não fazem parte do processo de seleção, deverão remover as barracas dentro do prazo de 48h.
Trabalhando há cerca de quatro anos em frente à unidade de saúde, Lindinalva Santos, informou à reportagem do Acorda Cidade, que chegou a receber as chaves do novo quiosque, mas depois, teve as chaves retidas, pois não atendia aos critérios estabelecidos pela Sesab.
“Eu já trabalho aqui, tem quatro anos. Paguei as taxas que emitiram, estão todas aqui em mãos, fui contemplada, peguei a chave, depois vieram e tomaram a chave de volta da minha mão e colocaram outra pessoa no meu lugar. Segundo eles [Sesab], a prioridade é de pessoas que possuem mais tempo trabalhando aqui, porém tem algum engano, porque tem pessoas mais velhas do que eu, e não foram contempladas. Disseram que a gente tem 48h para deixar o local e agora só Jesus é quem sabe o que vou fazer da minha vida, porque está nas mãos de Deus, porque não tenho outra sobrevivência”, relatou.
Edilson Ramos, possui um trailer onde também comercializa lanches, refrigerantes e água. Segundo ele, após reforma feita no Hospital Geral Clériston Andrade (HGCA), precisou sair da porta da unidade e passou a trabalhar em frente ao HEC, ficando também de fora da seleção dos novos quiosques.
“Eu trabalho aqui na região há 15 anos. Teve o projeto dos quiosques lá do Clériston e fiquei de fora. Então eu improvisei aqui, comecei a montar o meu espaço e agora estou sendo excluído mais uma vez. Todos aqui, acham isso uma injustiça, não falo apenas por mim, mas nós que estamos aqui, dependemos deste trabalho, eu vivo disso aqui. Agora a gente só tem 48h para deixar o local, e vai para onde? Eu sou pai de família, e precisamos ter os mesmos direitos que os outros tiveram”, disse.
Jucicleide Pereira Santos, possui oito anos comercializando lanche próximo em frente ao HEC, e também ficou de fora da contemplação.
“Eu já tenho aqui, cerca de 13 anos vendendo lanche. Oito anos somente aqui vendendo na porta do HEC, e agora temos essa oportunidade de trabalhar com os quiosques, mas me deixaram de fora também. Eu vivo disso e pretendo continuar com isso, porque eu não tenho outro serviço. Querem que a gente saia daqui, mas eu não irei”, contou.
De acordo com os comerciantes, a entrega das chaves dos novos quiosques, foi feita na última quinta-feira (26).
Ao Acorda Cidade, a Sesab enviou a seguinte nota:
A Secretaria da Saúde do Estado da Bahia esclarece que o critério dos permissionários foi a antiguidade, sendo validado em reunião no auditório do Hospital Estadual da Criança (HEC), com a presença dos coordenadores administrativos e dos candidatos as vagas nos quiosques.
A despeito de Lindinalva Santos ofertar o serviço de alimentação com a qualidade requerida, existiam outras pessoas com tempo superior aos 5 anos da mesma. Ela, de fato, teve acesso indevido a três boletos, sendo cada um no valor de R$ 50,00, que correspondiam a três meses de uso dos quiosques. Ao ser identificado o pagamento indevido, prontamente requeremos os dados bancários para a devolução dos valores, porém, até o momento, a mesma não informou os dados bancários. Assim que tivermos acesso aos dados bancários, o montante pago será integralmente devolvido.
Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade
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