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A apreensão ainda não terminou, mas o alívio ficou estampado no rosto de Jobson. Foi com um sorriso que o atacante apareceu do lado de fora da sede da Corte Arbitral do Esporte (CAS), na cidade de Lausanne, na Suíça, nesta terça-feira, depois de prestar seu depoimento na sessão que analisa seu caso de doping por uso de cocaína. O julgamento terminou após cerca de oito horas.
Jobson saiu de seu depoimento visivelmente satisfeito e comemorando a reação de um dos três juízes que analisam o caso. Pouco antes de retornar ao local para acompanhar o restante da sessão, ele já fazia planos para a sequência da temporada.
– Eu não falei nada demais. Contei a minha história. Ele gostou da minha sinceridade e disse que esperava me ver sorrir novamente. Espero que eu volte mesmo sorrindo e fazendo muitos gols. Este ano eu quero ser o artilheiro do Brasileirão – prometeu.
Ao fim da sessão, toda a comitiva que esteve com o atacante na Suíça mostrou alívio e otimismo, celebrados com uma foto em frente à sede do CAS. O atacante retorna ao Brasil nesta quarta-feira, e o resultado do julgamento deverá ser conhecido em cerca de 60 dias.
Ao lado de Jobson estiveram os representantes do Botafogo Luiz Fernando Medeiros, chefe do departamento médico, Maíra Ruas, psicóloga, José Mauro Couto Filho, vice jurídico, e Aníbal Rouxinol, gerente jurídico. Todos estiveram no CAS como testemunhas.
– O Jobson é um rapaz que vende alegria, que vende prazer em jogar futebol. E ele está empenhado realmente em tentar se recuperar e abandonar o vício. Não é tarefa fácil para ninguém, nem pra ele, mas vai conseguir – disse Luiz Fernando Medeiros.
Jobson também esteve acompanhado dos advogados pessoais Carlos Portinho, Bichara Neto e Stefano Malvestio.
– A situação do Jobson melhorou a partir do momento que ele quis se tratar. Dá orgulho porque eu o acompanho desde 2009 e ele tem tudo para recomeçar agora de uma forma mais madura e conseguir o sucesso – afirmou Maíra Ruas.
Entenda o caso
Jobson foi flagrado no exame antidoping na reta final do Campeonato Brasileiro de 2009, em partidas contra o Coritiba e o Palmeiras, quando defendia o Botafogo. O laudo apontou uso de cocaína; diante do juiz, o atacante admitiu ter usado crack. O Superior Tribunal de Justiça Desportiva julgou o caso e condenou o jogador a cumprir dois anos de suspensão. No entanto, após recurso, a pena foi reduzida a seis meses e cumprida no primeiro semestre de 2010.
O processo terminaria aí se a Wada (Agência Mundial Antidoping) não tivesse entrado com um recurso: a instituição considerou a punição muito leve e pediu a pena base para casos de doping, que é de dois anos de suspensão.
Destaque na vitória do Bahia sobre o Fluminense no sábado anotando o gol decisivo nos acréscimos (1 a 0 no Engenhão pela quinta rodada do Brasileiro), Jobson sabe que ainda terá de aguardar para saber a decisão da Corte, mas espera retornar ao Brasil com a sensação da absolvição ainda mais consolidada. As informações são do Globoesporte.com.