Laiane Cruz
Morreu nesta sexta-feira (13), no Hospital Geral Clériston Andrade, a motorista de táxi aposentada Izabel Madalena Rodrigues Pereira, aos 83 anos. A idosa, que residia na Avenida Adenil Falcão, no bairro Brasília, é considerada a primeira mulher taxista de Feira de Santana e atuou na profissão por cerca de 50 anos.
Segundo familiares, Izabel Madalena sofreu uma queda na última quarta-feira (11), quando estava em casa, e bateu a cabeça na parede. Ela foi socorrida para a emergência do Clériston Andrade, onde ficou entubada, porém devido à idade e o estado de saúde delicado, não resistiu aos ferimentos.
Em entrevista ao Acorda Cidade, o filho Samuel Rodrigues Pereira, que também atua como taxista na cidade, relatou que a mãe já vinha se recuperando de uma fratura no fêmur, sofrida no ano passado.
“No ano passado, ela teve uma queda, quebrou o fêmur, operou. Depois pegou covid-19, mas se recuperou. Veio para a casa da minha irmã para se recuperar desse acidente, mas há quatro dias ela caiu e veio a óbito”, confirmou.
Ele destacou que Izabel sempre foi uma mulher batalhadora e só parou de trabalhar como taxista há cerca de 11 anos, aos 72, quando decidiu que era o momento de vender o táxi e descansar. “Ela teve quatro filhos, sendo que um já morreu e era uma pessoa de muita responsabilidade”, disse o filho.
Foto: Ed Santos/ Acorda Cidade
O primo Elizeu Januário de Santana, motorista de táxi há 50 anos, relembrou que a carteira de trabalho dele foi assinada por Izabel em 1972. Nesta época, ela possuía três linhas de táxi.
“Ela tinha três funcionários, que era eu, por ser primo dela, Pelé e o Nilo, que trabalhou muito tempo com Izabel também. Nós três tínhamos carteira assinada. Depois, ela acabou com a frota de táxi e passou a ter dois caminhões, e depois passou a rodar como motorista autônoma, com os filhos e o marido. Já eu passei a ter meu próprio táxi em 1978, mas sempre convivia com Izabel. Eu a tinha como minha segunda mãe”, afirmou.
Onésimo Rodrigues, conhecido como Nem, outro filho de Izabel, também recordou a trajetória da mãe como a primeira mulher a atuar como motorista de táxi na cidade.
“Ela começou há muito tempo, já dirigiu caminhão, o táxi. Foi a primeira mulher taxista de Feira e meu orgulho. Ela era autônoma e começamos a trabalhar, eu, ela e meu pai, no mesmo ponto. Fomos parceiros de trabalho por muito tempo, muitos anos. Ela chegava no ponto de táxi por volta das 5h e parava às 6 horas da tarde. Ela sempre teve a clientela dela e a confiança deles. A gente estava sempre junto, éramos parceiros. Foram quatro filhos muito bem criados. E com 72 anos ela parou após uma cirurgia de tireoide. Então ela resolveu vender o carro, mas foi um trabalho para ela deixar a praça, pois gostava muito por causa de todas as amizades que ela tinha. Minha mãe foi o orgulho da classe, tinha uma amizade boa com os clientes”, contou Onésimo Rodrigues, com grande emoção.
O corpo da taxista aposentada será sepultado na tarde deste sábado (14), no cemitério São João Batista.
Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade.
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