Feira de Santana

Gripes e resfriados: população começa a ter dificuldade para encontrar alguns medicamentos em Feira de Santana

A maior falta são de antibióticos e xaropes de uso infantil.

Gripes e resfriados: população começa a ter dificuldade para encontrar alguns medicamentos em Feira de Santana

Gabriel Gonçalves

Faltando pouco mais de um mês para o início do inverno, no dia 21 de junho, já é possível identificar muitas pessoas com problemas respiratórios, reclamando de infecções na garganta e nas vias nasais.

Como forma de prevenção, muitos pacientes começam a buscar algum tipo de medicamento receitado pelos especialistas, a fim de evitar um problema maior. Acontece que o ‘problema’ já foi causado pela falta de medicamentos nas prateleiras das farmácias.

Ao Acorda Cidade, a farmacêutica Suely da Fonseca Alves, explicou que a maior falta se dá pelos antibióticos e xaropes de uso infantil.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

“Os antibióticos em si, praticamente todos, estão em falta de forma infantil. De vez em quando, está chegando amoxicilina e azitromicina, mas os outros não estamos encontrando em nenhuma distribuidora. Os antimicrobianos, a gente sabe que eles são muito eficazes no tratamento de algumas infecções pulmonares, são as infecções de garganta, de ouvido, então assim, principalmente em crianças que têm esses sintomas e também por conta do período, tanto o período seco demais que causa a garganta inflamada, otite, infecções de pulmão, como também o tempo frio. A gente não está encontrando os xaropes, e a finalidade deles, são de broncodilatador. A gente precisa fazer alguns ajustes para poder não ficar sem vender ou até para poder atender a necessidade do pai e da mãe que naquele momento chega sem saber o que fazer. Alguns antitérmicos como a dipirona em solução, também não estamos encontrando, encontramos uma quantidade pequena de novalgina, mas chega e acaba muito rápido”, explicou.

De acordo com Suely, quando não é encontrado o xarope receitado pelo médico, são feitos alguns cálculos, para que os pais possam dar aos filhos.

“Os ajustes a que nós nos referimos, é com relação a dose. Na maioria das vezes, tem alguns xaropes que vem com uso adulto e pediátrico, e tem que ser feita a orientação ao pai a mãe, saber o peso, a idade da criança e aí a gente faz um cálculo, tira uma média e ajusta a dose até para não haver uma intoxicação ou outras coisas piores. Os xaropes ficam em torno entre R$ 20 e R$ 30, já os antimicrobianos são um pouco mais caros que em torno de R$ 60, R$ 70, R$ 80, varia muito, porque existem várias marcas de laboratórios”, informou.

Ainda segundo a farmacêutica, muitos dos insumos são enviados da China, mas por conta de uma nova onda que está acontecendo no país, a logística foi travada.

“A falta destes medicamentos na maioria das vezes, foi com relação até mesmo pela falta de estrutura das farmacêuticas, e também, a gente sabe que a maioria das nossas matérias-primas, dos insumos farmacêuticos, vem da China e a China é o país onde foi detectado a Covid pela primeira vez. Então houve muita sanção e até hoje a gente sabe que lá ainda tem alguns empecilhos. O surto voltou e eles fecharam o país, então, por isso que a gente está tendo essa grande dificuldade. Aqui no Brasil, a gente sabe que é por conta da burocracia, infelizmente existe essa burocracia que também contribui para isso e a questão das férias coletivas que são dadas no final do ano aos funcionários das indústrias farmacêuticas. Porém com o surto da Covid-19 junto com o surto da gripe, não se prepararam o suficiente para poder ter uma quantidade que a gente pudesse atender os clientes, então a procura está sendo maior do que a demanda”, destacou.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

Prazo para reabastecimento

De acordo com Suely da Fonseca, não é possível estabelecer um prazo para novos abastecimentos, pois as farmácias ficam dependendo das distribuidoras.

“Quando se trata da falta de insumos e por parte das distribuidoras, infelizmente a gente não tem como dar uma previsão. A gente está sempre olhando nas distribuidoras, mas infelizmente a gente não tem como dar. A falta está sendo geral. Eu estou em um grupo de farmacêuticos, que são de outras cidades, de outros estados, e é a mesma situação. Está faltando também, não é só aqui no Nordeste, não é só aqui na Bahia, não é só aqui em Feira de Santana, são em todos os estados da nossa federação”, lamentou.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

Em outra farmácia, a procura está sendo grande pelos medicamentos de azitromicina, amoxicilina e claritromicina. Segundo a farmacêutica Tharcila Lima, muitos clientes estão saindo da unidade sem levar o medicamento.

“Hoje em dia, nós estamos tendo dificuldades com relação aos medicamentos que são básicos, a exemplo da dipirona em solução que está bem difícil de ser encontrada, amoxicilina e outros antibióticos também, como a azitromicina, ou claritromicina que também entraram em falta. A gente busca bastante trazer para os nossos clientes, mas a gente tem uma certa dificuldade neste momento de estar encontrando essas moléculas. Quando o cliente chega aqui na unidade, a gente verifica se tem em alguma unidade nossa, tendo, a gente providencia para nossos clientes e posteriormente a gente entra em contato com o setor de compras para ver se é possível ainda conseguir em alguma distribuidora, e se de forma nenhuma for encontrado, se a gente não tiver nenhum outro produto que seja de outra marca porém com a mesma composição, a gente pede para o cliente retornar ao médico e verificar como é que pode estar sendo feita essa substituição”, disse.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

De acordo com Tharcila, desde o mês de janeiro, foi percebido a falta das moléculas para a produção dos medicamentos.

“Muitas moléculas são importadas, então é realmente a questão da matéria-prima que estamos tendo dificuldades. A gente está realmente no momento de começar a esfriar um pouco, os casos de gripe aumentam, porém é o momento que a gente estaria preparado para isso para e atender esta demanda, mas com esta falta que dificultou muito esse abastecimento. Emendou a questão do pico da pandemia em janeiro, a gente teve outro surto, então daí para cá começamos a ter as dificuldades da matéria-prima de alguns medicamentos”, concluiu.

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Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade

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