fogos de artifício

Especialistas recomendam cuidado com manuseio de fogos de artifício

Dados da Associação de Cirurgia da Mão da Bahia (ACMB), indicam que nesse período, cerca de 90% dos acidentes graves, relacionados com explosão de bomba, resultam em amputações

Acorda Cidade

Com a proximidade dos festejos juninos, aumentam os riscos de acidentes provocados por fogos de artifício, alguns com graves conseqüências como mutilações. Dados da Associação de Cirurgia da Mão da Bahia (ACMB), indicam que nesse período, cerca de 90% dos acidentes graves, relacionados com explosão de bomba, resultam em amputações.

No ano passado, entre os dias 22 e 27 de junho, o Hospital Geral do Estado (HGE) atendeu 111 ocorrências, sendo 57 casos de queimaduras e 54 de explosão de bomba. No Serviço de Cirurgia de Mão do HGE, durante todo o mês de junho do ano passado, foram atendidos 41 pacientes com lesões provocadas por fogos de artifício.

O médico André Luciano Andrade, diretor geral do HGE, revela que não haverá esquema especial de atendimento especial durante o período de São João, mas que a unidade está capacitada para atender as ocorrências. De acordo com André Luciano, o volume de atendimento aumenta em torno de 15 a 20% nesse período, mas há grande número de ocorrências relacionadas com acidentes de veículos, principalmente nas estradas.
"ATENÇÃO EXTREMA"

Para o cirurgião Marius Wert, coordenador do Serviço de Cirurgia de Mão do HGE, é preciso "atenção extrema" ao lidar com fogos de artifício, principalmente no caso de crianças, que não têm noção do perigo a que estão expostas. "O uso de fogos de artifício deve ser feito com muita atenção e cuidado. É comum acidentes como queimaduras, perda de dedos e, nos casos mais graves, até perda da mão", adverte o especialista, recomendando que em caso de acidente com lesão na mão, o paciente deve ser encaminhado imediatamente para um serviço especializado.

O cirurgião plástico Carlos Briglia, coordenador do Centro de Tratamento de Queimados do HGE, revela que ao que ao contrário do que acontece em municípios do interior, em Salvador as estatísticas não apontam para um aumento significativo no número de acidentes com queimaduras graves durante as festas juninas.

Briglia adverte que é preciso muito cuidado no manuseio de fogos, e lembra que apesar das constantes campanhas e alertas feitos pelos especialistas, as pessoas ainda se descuidam e se expõem ao risco de acidentes.

QUEIMADURAS LEVES

De acordo com Carlos Briglia, o maior número de casos atendidos no HGE durante o período de festas juninas é de queimaduras leves, que não precisam de internamento. Os municípios do interior concentram a maior incidência dos casos, inclusive aqueles de maior gravidade, resultantes inclusive do fabrico clandestino de fogos, e que podem provocar sérios acidentes com mutilações e sequelas graves.

Outra questão mencionada pelo cirurgião plástico é com relação aos primeiros cuidados em casos de queimaduras. "Não devem ser usadas receitas caseiras. A região afetada deve ser lavada com água corrente e protegida com uma compressa úmida. Em seguida, o paciente deve buscar atendimento médico especializado", recomenda.

O coordenador do Serviço de Cirurgia de Mão do HGE, por sua vez, aconselha que as pessoas acendam os fogos de artifício o mais distante possível do corpo, principalmente das mãos, e que evitem soltar qualquer tipo de fogos de artifício quando estiverem ingerindo bebidas alcóolicas.

A importância do atendimento adequado em caso de trauma nas mãos é ressaltada pelo especialista. Segundo Wert, o atendimento especializado e imediato resulta num índice bem menor de sequelas graves. Um estudo divulgado no ano passado pela Associação Brasileira de Cirurgia das Mãos (ABMC) mostrou que ao menos 50% das mãos mutiladas no Brasil poderiam ser preservadas, caso o primeiro atendimento cirúrgico fosse especializado. (Tribuna da Bahia)

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