Câncer de Intestino

Endoscopista alerta para prevenção de câncer do intestino e destaca rastreamento precoce para atingir a cura

O médico ainda desmitificou a forma como é realizada a endoscopia, 'espantando' o medo de muitos pacientes.

Gabriel Gonçalves

Recentemente, o Hospital Geral Clériston Andrade (HGCA) realizou pelo Centro de Hemorragia Digestiva do Interior da Bahia (CHDI), um procedimento inédito pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Trata-se de uma Dissecção Endoscópica da Submucosa (ESD), que foi realizada em uma paciente de 88 anos de idade, na qual, possuía uma lesão maligna intramucosa.

De acordo com médico endoscopista, coordenador do CHDI, Dr. Victor Galvão, neste tipo de procedimento, o paciente precisa ser entubado com anestesia geral, onde com um tubo endoscópico, é possível localizar o câncer gástrico precoce e retirar a lesão.

Durante entrevista ao Programa Acorda Cidade na manhã desta quinta-feira (5), o médico explicou que o câncer de intestino é muito comum entre homens e mulheres e destacou que existem programas de rastreamento capazes de curar a doença em 90% dos casos.

"Este tipo de câncer é o segundo mais comum entre homens e mulheres, e no caso de homens, é o câncer mais comum depois da próstata. É bom destacar que o câncer de cólon do intestino é o mais prevalente, por isso que a gente precisa fazer a prevenção, e existe um programa de rastreamento, onde é possível curar esta doença em 90% dos casos, quando se faz o diagnóstico precoce a partir dos 50 anos de idade. Esse câncer é multifatorial, onde existe o modificável e o não modificável, sendo que o não modificável é genético, por isso que, quem tem algum familiar que teve o câncer de intestino, precisa buscar um acompanhamento desde cedo, um preparo até mesmo com 40 anos ou antes, já o câncer modificável que chamamos, são relacionados com os estilo de vida, como a dieta, estresse, atividade física, dieta rica em carnes vermelhas, alimentos processados como presuntos, salames e isso aumenta o risco", destacou.

O médico endoscopista também chamou a atenção sobre o câncer de pâncreas. Segundo ele, as lesões são diagnosticadas em uma fase tardia.

"A imensa maioria das lesões são diagnosticadas já em uma fase tardia, então grande parte dos pacientes já não possui essa chance da cura, mas quando é descoberto na fase precoce, a cirurgia pode ser positiva", informou.

Preparo para o exame da endoscopia

Muitos pacientes alegam um mal-estar por conta do exame que é feito e todo o preparo de forma antecipada. Segundo o endoscopista Victor Galvão, esse procedimento é necessário para limpar todo o revestimento do intestino.

"Infelizmente este tipo de exame ainda carrega um certo ranço, um estigma negativo que deve ser desmitificado. Cada caso é um caso, cada paciente é um paciente e iremos avaliar em conjunto. Este paciente é submetido a um pré-exame, um pré-procedimento, onde é avaliado pelo anestesista, se for necessário, pelo cardiologista para saber qual a condição de saúde. Realmente este preparo é um pouco 'chato', e não é 100% inócuo, pode ter algum grau de complicação, mas para isso, temos uma equipe de profissionais dentro do hospital para dar o suporte à este paciente. Então o preparo já tem início no dia anterior, onde o paciente precisa ter uma dieta líquida, utilizando comprimidos laxantes, onde a chamada diarreia já começa durante a noite. No dia seguinte, este paciente continua utilizando laxante, sendo que é um suco adocicado, onde pode ser nos sabores de laranja ou limão, ficando de preferência para o paciente. Após esta limpeza que é feita no intestino, este paciente vai 'dormir', devido à anestesia, para que o procedimento seja feito", concluiu.

 

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