Laiane Cruz
Pacientes do setor de fisioterapia do Hospital Dom Pedro de Alcântara (HDPA) temem a suspensão do serviço, após informações circularem na unidade sobre essa possibilidade. Em entrevista ao Acorda Cidade, a paciente Sinelândia Barbosa disse que recebeu a informação de uma amiga, de que o serviço seria desativado.
Foto: Ney Silva/ Acorda Cidade
“Eu vim fazer a fisioterapia e perguntei a uma funcionária, que informou estar assinando a demissão. Então, ontem eu comecei a fazer esse abaixo-assinado, mesmo doente e debilitada, para pegar a assinatura dos clientes daqui para não ser desativado esse setor. O atendimento é pelo SUS e já estou aqui há quatro anos. Pedimos ao diretor para não fechar, pois necessitamos deste local para fazer a fisioterapia. A mobilidade para chegar aqui é 100%”, explicou.
Foto: Ney Silva/ Acorda Cidade
A idosa Maria Domingas Correia dos Santos relatou que faz fisioterapia há oitos anos no HDPA e o atendimento é muito bom. “Por isso pedimos aos órgãos competentes que não deixem fechar isso aqui.”
Foto: Ney Silva/ Acorda Cidade
Geralice Palmeiras também faz fisioterapia no Dom Pedro há três meses e afirmou que ficou triste com a informação que circula de que o serviço será interrompido.
Foto: Ney Silva/ Acorda Cidade
Maria de Lourdes Santos Cruz, 61 anos, faz fisioterapia desde 2010 no local e também não ficou satisfeita com a possibilidade de suspensão das atividades.
“Minha coluna foi muito afetada, sinto muita dor e tem época que eu não aguento ficar em pé. Alivia e depois volta tudo de novo. Eu fico muito triste, tanto por mim como pelos outros pacientes, porque eu sei que tem pessoas em situação pior que a minha. Vai fazer muita falta para nós, até mesmo por causa da localização.”
Foto: Ney Silva/ Acorda Cidade
Questionado sobre a situação, o diretor médico do HDPA, Edval Gomes, esclareceu que o serviço de fisioterapia ofertado pela Santa Casa está, na realidade, passando por uma reestruturação.
“A Santa Casa está passando por uma reestruturação administrativa para manter um hospital sustentável. Estamos modificando o processo de gestão da fisioterapia, que era compartilhado, para uma gestão própria, exclusiva da Santa Casa. Estamos modificando a estrutura de profissionais, recontratando novos profissionais, e tentando junto com a Secretaria Municipal de Saúde a ampliação do teto para que o serviço seja sustentável e possamos atender ainda mais pessoas”, explicou o diretor.
Foto: Ney Silva/ Acorda Cidade
Segundo ele, atualmente o repasse feito pela Secretaria de Saúde é de até R$ 17 mil, mas a Santa Casa de Misericórdia, que administra o hospital, está buscando ampliar esse valor para R$ 90 mil.
“Isso pode permitir a sustentabilidade financeira ou poderá haver o fechamento do serviço. A gente precisa que o poder público financie de forma real e justa, para que o serviço permaneça. O RH já está fazendo a contratação de novas pessoas e daquelas que querem permanecer na unidade, o serviço está passando por essa fase de transição, mas o serviço vai ser mantido. Na verdade, o pensamento do hospital é realizar a ampliação para garantir a fisioterapia na Santa Casa”, destacou.
Ele explicou ainda que o hospital recebe pelos serviços prestados ao Sistema Único de Saúde (SUS) através de um mecanismo indenizatório. “A gente atende primeiro e depois prestamos contas e recebemos o que está previsto no SUS. Essa tabela é antiga e deficitária, e isso impede que a Santa Casa consiga manter o serviço que há tantos anos presta na cidade.”
Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade.
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