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Concurso 2011 para diplomata é o mais concorrido dos últimos 10 anos

Maior relevância do Brasil no cenário internacional atrai, diz organizador. Tentando aprovação pela 3ª vez, candidata troca lazer por estudo

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O concurso deste ano para o Instituto Rio Branco, que está em andamento, começou com 276 concorrentes para cada uma das 26 vagas disponibilizadas pelo Itamaraty. É, segundo a organização, a edição mais concorrida dos últimos dez anos -pelo menos, pois não é possível estabelecer um recorde porque a seleção é realizada há muitas décadas e não há estatística de todos os anos.


A disputa, voltada a quem tem nível superior, é maior, por exemplo, que a do vestibular de medicina da Fuvest que, neste ano, registrou 49 candidatos para cada vaga, a maior concorrência entre os cursos oferecidos. E é semelhante à vista em certas vagas de nível médio do último concurso dos Correios, ocorrido em maio.


O aumento no número de oportunidades estimulou a procura. Entre 2006 e 2010, mais de 100 vagas foram oferecidas por ano por conta de uma política de ampliação da presença brasileira no exterior, com a abertura de novas embaixadas. A concorrência, no ano passado, era de 82,12 candidatos para cada uma das 108 vagas.


Fora desse período, a média de entrada no corpo diplomático brasileiro é de 30 pessoas ao ano, o suficiente para recompor o número de profissionais das relações exteriores que se aposentam. O diplomata Márcio Rebouças, um dos responsáveis pela organização do concurso, acredita que o aumento da concorrência se deva também à maior relevância do Brasil no cenário internacional: “O crescimento é função da contínua abertura do país ao exterior e da maior relevância que as relações internacionais vêm apresentando em tempos recentes para a sociedade brasileira”, diz.


Dedicação integral – As salas de cursinhos preparatórios estão cheias de aspirantes a diplomatas. Para disputar uma vaga no Instituto Rio Branco é preciso ter um diploma de qualquer curso de ensino superior reconhecido pelo Ministério da Educação.
O concurso acontece anualmente e é dividido em quatro fases -o deste ano já está na terceira. A quantidade de vagas é variada e, a partir deste ano, 10% delas são reservadas aos negros. A remuneração prevista para os aprovados na seleção atual é de R$ 12,9 mil.


Concurso 'mais moderno' – O embaixador Luiz Felipe Lampreia, ex-ministro das Relações Exteriores, diz que os jovens que desejam seguir esta profissão devem se interessar em ajudar o país, e não apenas buscar a estabilidade do serviço público. Segundo ele, o concurso é uma maneira de evitar indicações políticas e garantir que os aprovados estejam qualificados. Lampreia ressalta que o exame se modernizou ao longo do tempo, incluindo conteúdos que são aplicáveis ao dia a dia dos novos diplomatas. “Houve uma época em que se exigia literatura francesa em detalhe. Vinte tópicos de literatura francesa faziam parte do programa. Se hoje fosse exigir uma coisa dessa, não passava ninguém", afirma. (G1)

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