O ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva afirmou nesta quinta-feira (7) ser contra o aborto e voltou a afirmar que o assunto deve ser debatido como uma questão de saúde pública. Na quarta-feira (6), Lula gerou polêmica ao comentar o assunto e dizer que "mulheres pobres morrem", enquanto "madame pode fazer um aborto em Paris".
"Essa pergunta já chegou pra mim umas mil vezes: eu sou contra o aborto, mas é preciso transformar numa política pública. Mesmo eu sendo contra, ele existe, ele se dá com uma pessoa de alto poder aquisitivo, ela vai ao exterior e se trata. E o pobre, como faz?", disse em entrevista à rádio Jangadeiro BandNews, de Fortaleza.
Coordenadores da campanha do presidente Jair Bolsonaro preparam o uso da frase para afastar Lula dos eleitores conservadores, conforme informou o Blog da Andréia Sadi. Fontes dentro do PT afirmaram terem sidas pegas de surpresa com a fala do pré-candidato e que Lula centraliza e não delega decisões, tampouco debate temas polêmicos que vai abordar em entrevistas, debates e discursos.
"O que acho é que o aborto tem que ter atenção do estado, o estado tem que cuidar dessas pessoas. É uma questão de bom senso. Por mais que a lei proíba e a religião não concorde, ele existe, a partir do momento em que a pessoa esteja no processo de aborto, o estado tem que amparar essa pessoa", completou o ex-presidente.
No primeiro semestre de 2020, mais de 80 mil mulheres foram atendidas pelo SUS em todo o país em razão de abortos malsucedidos – provocados ou espontâneos. O total é 79 vezes maior do que o de interrupções de gravidez previstas pela lei no período: 1.024 abortos legais realizados à época.
Fonte: G1