Laiane Cruz e Gabriel Gonçalves
Atualizada às 18h10 e às 18h48
Dois homens morreram em confronto com a polícia e cinco foram presos durante uma operação conjunta entre as Polícias Militar, Civil (Delegacia de Tóxicos e Entorpecentes – DTE/Draco, Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos – DRFR) e Rodoviária Federal nesta quarta-feira (23), em Feira de Santana.
Foto: Polícia Militar
De acordo com o delegado titular da Delegacia de Tóxicos e Entorpecentes (DTE/Draco), Deivid Lopes, as equipes vinham monitorando um grupo envolvido em ações criminosas em Feira de Santana e outras cidades da Bahia.
Durante a operação, foram apreendidos diversos instrumentos de crimes, dois veículos foram recuperados e foram apreendidas seis armas de fogo. Além disso, conforme o delegado, uma grande quantidade de munições também foi apreendida pela polícia, a exemplo de 69 munições de calibre 556, que são utilizadas em armamentos do tipo fuzil, 148 munições calibre 380 e 450 munições calibre 9 milímetros.
Foto: Aldo Matos/Acorda Cidade
“Isso demonstra o poder de fogo que esses indivíduos possuíam aqui em Feira de Santana, trazendo riscos à comunidade. Se eles estavam envolvidos em assaltos a banco, até então não há confirmação. Mas pelo grande poder de fogo, com armas e munições, haverá uma investigação neste sentido para identificar a existência ou não de vínculo com organizações voltadas ao cometimento de crimes contra instituições financeiras”, afirmou o delegado.
Foto: Aldo Matos/ Delegado Deivid Lopes
Ele frisou que desde o ano passado, em outubro, quando foi realizada a prisão de um suspeito que tinha relação com a cidade de Seabra, a polícia vinha monitorando um grupo.
“Percebemos que além da Polícia Civil, por se tratar de diversas cidades, a Polícia Militar também tinha muitas informações relacionadas a este caso. Diante disso, a equipe foi a campo, levantou as informações, verificou que um dos indivíduos investigados possuía um mandado de prisão e hoje fomos ao local, realizamos a campana e conseguimos efetuar a prisão. Também no local foram apreendidos dois quilos de crack, que seriam distribuídos na cidade.”
Deivid Lopes destacou que, durante a operação, um dos criminosos resistiu à abordagem dos policiais e foi baleado, vindo a óbito. Ainda durante o confronto, outros dois suspeitos empreenderam fuga e roubaram um veículo na Avenida Contorno. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) foi acionada, identificou o veículo, fez o comando de abordagem, porém os homens mais uma vez fugiram, efetuando disparos contra a equipe da PRF. Na troca de tiros, um dos ocupantes do veículo foi atingido por tiros e também morreu.
“A equipe da PRF no intuito de cessar a agressão, acabou efetuando disparos, tentando impedir a fuga e levou a óbito um dos ocupantes do carro. Foi feita a condução de quatro indivíduos à delegacia, além de um que se encontra no hospital custodiado, recebendo tratamento. A informação primária é que poderia haver alguma relação desse grupo com organizações criminosas de outras cidades e outros estados, só que essa informação será melhor trabalhada ao longo da investigação para conseguir trazer com mais clareza qual o envolvimento desses indivíduos com organizações”, explicou.
Foto: Divulgação/ Polícia Militar
O titular da DTE parabenizou ainda a participação do Grupamento Aéreo da Polícia Militar (Graer) na operação, que segundo ele foi fundamental para identificar onde os bandidos estavam escondidos e os materiais que foram apreendidos.
“A participação do Graer foi fundamental. A Polícia Militar com a Operação Vetor Aéreo nos auxiliou bastante durante a ação policial, sobretudo pela forma de reação dos indivíduos à ação policial, que fugiram durante a abordagem efetuaram disparos contra as guarnições, então com esse controle do espaço aéreo foi possível ter um melhor controle das ações e dos locais onde os bandidos poderiam estar escondidos e contribuiu bastante para as apreensões. Os bairros onde houve a operação foram Sobradinho, Jardim Cruzeiro e Feira IX, e foi justamente nestes locais que o monitoramento aéreo nos auxiliou e influenciou no sucesso dessa operação”, salientou.
Foto: Divulgação/Polícia Militar
Ao Acorda Cidade, o comandante do Comando de Policiamento Regional Leste (CPRL), coronel Adalberto Piton, destacou o êxito que teve a segunda edição da Operação Vetor Aéreo e informou que novas operações como esta realizada no dia de hoje, serão intensificadas na cidade.
"A gente já tinha comentado quando nós chegamos, que nós iríamos implementar algumas operações dentre elas essa Operação Vetor Aéreo que na verdade é feita também em Salvador, e que nós contamos com o apoio da aeronave do Graer. Essa é a segunda edição da operação, a gente pretende fazer pelo menos uma por mês e desta feita, nós integramos outras instituições, a Polícia Rodoviária Federal, Polícia Civil com toda a sua equipe, e quero aqui agradecer a parceria do coordenador, Roberto Leal, bem como do nosso Paim, da Polícia Rodoviária Federal e tivemos êxito nessa Operação. Ela continua, é uma operação de intensificação, inteligência e trabalho nos pontos que merecem a atenção da Polícia Militar e nós vamos continuar fazendo esta operação periodicamente", explicou.
Foto: Ney Silva/Acorda Cidade
De acordo com o comandante, a Operação também tem vínculo para combate a alta criminalidade no município.
"Nós fechamos o ano passado com redução de homicídio, tivermos o mês de janeiro com uma redução muito boa, no mês de fevereiro tivemos um pequeno aumento e neste mês de março estamos numa boa redução. Este é o objetivo da operação e manter a redução, ou seja, nós analisamos semanalmente tanto nós, quanto a Polícia Civil os índices, e vamos fazendo essas operações de acordo com a mancha criminal buscando justamente essa redução que é um propósito do pacto pela vida. Existe uma ligação entre alguns homicídios e ao tráfico de drogas, e a droga é um problema permanente, é um problema social que aumentou inclusive com a questão da pandemia. Nós vamos contando aí com apoio da sociedade, recebemos muitas denúncias e pedimos as pessoas que continuem denunciando, indicando onde a gente pode fazer as operações, e quero agradecer o apoio de todos, sobretudo da imprensa que tem também mandado para a gente algumas demandas para que a gente direcione estas atividades", afirmou.
"É um direito da sociedade se manifestar, a gente respeita, é um direito democrático, agora eles se queixaram do que eles pediram. Alguns moradores ligaram para o Cicom pedindo ação da polícia devido ao abuso de alguns indivíduos, e a polícia foi, atendeu um chamado e lá confrontou com alguns indivíduos. Eles fugiram, creio até que alguns estejam envolvidos nas prisões de hoje, e isso é natural. Não sabemos quem incentivou a comunidade de fazer aquilo, mas isso é muito comum, não só aqui, mas como em outras cidades maiores, onde as pessoas depois de uma ação policial, procuram fechar as ruas, mas isso faz parte do processo e nós vamos continuar fazendo nosso trabalho", concluiu.
Com informações dos repórteres Aldo Matos e Ney Silva do Acorda Cidade
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