Gabriel Gonçalves
As aulas 100% presenciais tiveram início no dia 31 de janeiro no Colégio Santo Antônio em Feira de Santana. De lá para cá, novas dinâmicas, novas rotinas e principalmente, novos desafios estão sendo enfrentados pela equipe pedagógica, pelos estudantes, e também pelos pais.
Após dois anos de ensino remoto, muitas mudanças foram observadas, dentre elas, a ressocialização das crianças com outros coleguinhas.
Em entrevista ao Acorda Cidade, a coordenadora pedagógica do Colégio Santo Antônio, Ana Cláudia Bastos, explicou que os desafios estão surgindo, outros já foram superados, mas a expectativa sempre foi de retomar com todas as atividades presenciais.
Foto: Ney Silva/Acorda Cidade
"Já retornamos com as nossas aulas desde o dia 31 de janeiro e está sendo um desafio. Estávamos há dois anos neste período de pandemia, apesar de a gente já ter retornado no ano passado no mês de julho no processo híbrido, mas retornar 100% de forma presencial, de certa forma foi um desafio. Um desafio também no lado positivo, pois estávamos desejosos e os alunos precisavam viver a escola, a rotina, já não dava mais para esperar e de lá para cá também tomando todas as medidas e ajustando o pedagógico para que este processo de ensino-aprendizagem sempre seja positivo. Esse retorno trouxe para gente, uma nova concepção de aprendizagem neste momento e a gente passa por esta mudança que vai desde o planejamento, até a rotina, a adaptação das atividades e do diagnóstico. Hoje o pedagógico tem uma preocupação a mais, que é justamente essa readaptação. A gente viu o quão consagrado é o chão da sala de aula e esses dois anos que estes alunos ficaram sem a rotina de escola, trouxeram algumas necessidades e que a gente agora precisa dar conta no que diz respeito ao planejamento das atividades, aos processos avaliativos e tudo mais", destacou.
De acordo com a coordenadora, todas as medidas sanitárias contra a Covid-19, estão sendo adotadas desde o ano passado, quando foi aplicado o ensino híbrido.
"Desde o ano passado que nós estamos referendados nós temos um Instituto de infectologia que nos orienta e nos respalda com relação às medidas desde a higienização do ambiente, higienização de mãos, álcool em gel, distanciamento, todos aqueles protocolos que a gente já sabe, e a questão do não estar na escola aqueles alunos que tiverem algum sintoma, ou até mesmo o professor. Então a gente se resguarda e se respalda ainda sim com todos esses protocolos", informou.
Para a coordenadora, a presença da família neste momento de readaptação é primordial na educação dos filhos.
"Nós tivemos algumas mudança desde o ano passado, o chamado currículo continuum, onde o professor ele já apresentou aquilo que foi trabalhado mas que não teve a possibilidade de trabalhar, até pela questão do remoto e aquilo que era necessário a gente aprofundar, até porque a gente está saindo de um remoto, de um híbrido e voltando para o presencial. Então nesse momento, o nosso maior objetivo é retomar e garantir todas as competências desses dois anos. Mais do que nunca a participação, a presença da família é importante, a comunicação com a família é importante, o feedback da família é importante. Neste momento o nosso maior objetivo também é a questão do procedimento desse menino voltar para escola, esse menino voltar a se adaptar a uma rotina e a gente precisa desse processo de diálogo, de conversa, a gente precisa informar aos pais, a gente também precisa que os pais nos comuniquem, a gente precisa estar constantemente alinhado porque só com essa comunicação, a escola-família vai fazer com que a gente realmente siga, e que a gente consiga alcançar os nossos objetivos", pontuou.
Ainda segundo Ana Cláudia Bastos, a Escola também se torna uma casa, onde é possível aprender a conviver com outras pessoas.
"As dificuldades maiores não tem a ver com a questão do cognitivo, é a questão mesmo da atitude, do procedimento. Então com o afastamento, o distanciamento é difícil a gente poder aprender de forma afastada. A escola antes de mais nada, é uma casa de amor, é uma casa de relações, é uma casa onde você aprende a conviver, a resolver os conflitos e isso foi tirado das crianças. Isso claro, que vai impactar diretamente na aprendizagem, e os alunos se sentirão isolados, então o grupo, a socialização neste retorno é primordial para que ele possa aprender, e precisar estar em condições para esta adaptação", concluiu.
Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade