Laiane Cruz
Na manhã desta terça-feira (15), um grupo de músicos e pessoas ligadas ao setor cultural de Feira de Santana ocupou a galeria da Câmara Municipal de Vereadores, com faixas e cartazes em mãos, para pedir apoio dos vereadores para a classe artística, que vem enfrentando dificuldades para se manter no município.
Em entrevista ao Acorda Cidade, o vice-presidente da Associação de Músicos de Feira de Santana, Adilson dos Santos, a mobilização ocorreu para chamar a atenção das autoridades para a situação do setor cultural, que, segundo ele, está morrendo.
Foto: Paulo José/ Acorda Cidade
“O nosso intuito hoje aqui é pedir que se cumpra a lei. Arbitrariedades estão sendo cometidas contra nossa classe, com a apreensão de som, por exemplo. Quando se chega para medir a quantidade de decibéis, não está sendo medida da maneira correta, porque no estatuto da lei que foi votado nesta casa está escrito que a aferição deverá ser feita a 100 metros do local denunciado e dando-se 10% de desconto de decibéis para ruídos externos. A gente está vendo aí muitos reclamando que seus equipamentos estão sendo apreendidos, sem o devido critério”, afirmou Adilson dos Santos.
Ele lamentou também o decreto municipal que determina que baterias e instrumentos de percussão não vão poder ser usados nos shows de barzinho e casa de eventos.
“A gente quer que haja um pouco mais de sensibilidade, atravessamos uma pandemia que o setor musical foi muito prejudicado. Temos mais de 5 mil famílias precisando do apoio do setor público. Não estamos sendo assistidos. Teve um evento de destruição de equipamentos na praça do Fórum Filinto Bastos, porém aqueles equipamentos, em sua maioria, foram automotivos. É preciso que o poder público crie um projeto de lei que separe o que é diversão, trabalho, empresarial e profissional”, disse.
Foto: Paulo José/ Acorda Cidade
O vice-presidente da Associação dos Músicos destacou que foi criada uma comissão hoje na Câmara, e a entidade vai fazer um ofício ao presidente da Câmara e aos vereadores que decidiram apoiar a causa.
“Essa comissão quer buscar uma forma da cultura coexistir com a sociedade de Feira. Nossa situação ainda está muito difícil. Neste retorno das aulas, muitos de nós estão com dificuldades de achar vagas em colégios públicos para os filhos e muitos não têm condições de pagar colégios particulares. A Associação vem tentando apoiar esses profissionais e buscando soluções. Mas infelizmente a entidade não tem um patrocinador, e tudo que a gente faz de ação social é arrecadando com amigos e parceiros para ajudar a quem precisa”, completou Adilson dos Santos.
Foto: Paulo José/ Acorda Cidade
Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade.
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