Laiane Cruz
Atualizada às 17h30
No último dia 25 de fevereiro, a técnica de enfermagem Jeane da Conceição Silva, de 42 anos, morreu após sofrer queimaduras graves causadas por um vazamento de gás de cozinha, em sua residência, no bairro Gabriela, em Feira de Santana.
O fato ocorreu no final de janeiro deste ano, e a profissional de saúde ficou internada por vários dias, primeiro no Hospital Dom Pedro, depois em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de um hospital em Salvador, onde não resistiu aos ferimentos e morreu após apresentar um edema no pulmão e ter contraído uma bactéria.
Jeane era uma pessoa muito querida entre os colegas e significou uma grande perda para a família. O vazamento de gás que culminou na morte da técnica de enfermagem se originou na mangueira que faz a interligação entre o botijão e o fogão.
De acordo com o Capitão Edson Alves Dantas, chefe do Setor de Planejamento (SPO) do Corpo de Bombeiros de Feira de Santana, ocorrências como essa são comuns e este ano já houve outros registros no município.
Ele alertou que a mangueira, o registro e a abraçadeira que aperta a mangueira, são as peças que merecem maior atenção por parte dos consumidores.
“O vazamento de gás vai ocorrer sempre pelos acessórios, que são as peças que estão entre o botijão e o fogão. A gente tem ali a válvula que a gente conhece como registro, que faz a liberação do gás do botijão, em direção ao fogão. Vamos ter a mangueira e as abraçadeiras, que são suportes de metal que apertam a mangueira para evitar vazamentos. Os principais motivos que levam a vazamentos são defeitos nessas peças, como defeito no registro, a mangueira danificada por alguma razão ou ressecada devido a muito tempo de uso, ou as abraçadeiras que estão folgadas. Isso acaba permitindo a liberação de gás para o ambiente”, explicou.
Ele esclareceu que quando o gás é liberado no ambiente, qualquer faísca ou ponto de combustão pode fazer com que a substância exploda, no entanto o botijão mesmo queimando por fora, permanece intacto em sua estrutura.
“O que explode é o gás que foi liberado a partir desse vazamento, e como o gás de cozinha é mais pesado que o ar, vai se acumulando em grandes quantidades na cozinha e quando surge qualquer faísca ou ponto de fogo, por acionamento ou ligação de energia, acontece a ignição instantânea e a explosão com grandes deslocamentos com massas de ar. Por isso, ao perceber um vazamento de gás dentro de casa e o cheiro forte característico do gás de cozinha, a primeira medida é liberar o gás do ambiente para ventilar, abrir portas e janelas, para que o gás não fique concentrado em um único espaço, verificar se está ligado, mas nesse momento é importante não fazer nenhum teste com fogo, nenhuma ligação de energia. Persistiu isso, pede ajuda ao Corpo de Bombeiros, através do 193, que vai ao local e verifica e pode também pedir ajuda ao seu fornecedor do gás, que possui pessoas treinadas justamente para ir ao local verificar o botijão quando tem incidência de fogo e retiram da cozinha para verificar qualquer tipo de vazamento”, orientou.
Medidas de prevenção
Para prevenir a ocorrência de vazamentos de gás de cozinha é preciso verificar o registro e a mangueira, para saber se estão dentro da validade ou possuem algum tipo de dano que demande a troca imediata.
“A gente faz a troca do gás, mas acaba não atentando para a troca desses equipamentos. Quando eles são usados vencidos podem causar algum tipo de vazamento. A mangueira tem validade de cinco anos, mas mesmo dentro da validade, se ela estiver ressecada pelo sol ou por estar muito próxima de uma parede muito quente, precisa ser trocada. O cliente pode pedir ao seu fornecedor para verificar a mangueira e o registro sempre que necessário, e também o botijão de gás, que deve estar sempre em um local ventilado. Estas são dicas de segurança valiosas para evitar vazamentos”, reforçou o Capitão Dantas.
Ele salientou que o gás de cozinha não possui cor ou cheiro, porém justamente para permitir aos consumidores que percebam quando há vazamento, foi acrescentado ao produto uma substância específica que garante o cheiro característico do gás. Mas, quando alguém sente um forte cheiro de gás não sabe, entretanto, qual a quantidade do produto espalhado no local.
“O gás fica comprimido em uma quantidade muito grande dentro do botijão e quando há um vazamento fica uma quantidade muito grande espalhada no ambiente. Tudo que ele está esperando é uma fagulha surgir e não se deve acender qualquer espécie de fogo, não ligar a energia ou mexer em tomadas. Abrir o ambiente para ventilar e chamar o corpo de bombeiros. O gás de cozinha não possui cor e cheiro, e daí foi acrescentada uma substância específica para dar o cheiro e alertar justamente quando há vazamento. Ocorre que ele continua sem cor, então a gente sente o cheiro, mas não sabe a quantidade de gás que está no ambiente. Então surgindo qualquer faísca pode ocorrer uma explosão instantânea. E quem estiver perto pode sofrer queimaduras e outros danos que podem trazer prejuízos e tirar a vida”, informou.
Com informações da jornalista Maylla Nunes do Acorda Cidade
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