Um dos membros do Fórum Popular de Saúde de Feira de Santana, Adroaldo Santos discursou na tribuna livre da Câmara de Vereadores, na manhã desta quinta-feira (10), sobre os problemas ligados ao Sistema Único de Saúde (SUS) no município e os problemas enfrentados pelos trabalhadores da área.
De acordo com ele, o Fórum solicitou a participação na tribuna livre da Casa Legislativa porque tem uma pauta ligada à defesa do SUS e várias situações têm chamado a atenção em Feira de Santana.
“Temos a questão dos concursados de 2012, que a prefeitura está protelando, não obstante já ter uma decisão judicial, colocando a prefeitura na situação de convocar os concursados, mas a prefeitura está fazendo vistas grossas. Outra coisa diz respeito à situação da terceirização dos serviços de saúde. Temos acompanhado desde 2018 o que aconteceu com as cooperativas, que gerou inclusive casos de pessoas que foram presas, e a gente acompanha a situação dos trabalhadores terceirizados, que estão sofrendo com atrasos nos pagamentos dos seus salários e eventualmente pode ter trabalhadores sem receber”, afirmou Adroaldo Santos.
Ele destacou que o Fundo Municipal de Saúde sempre diz que o dinheiro é depositado na conta das empresas, que representam um problema grave, que prejudicam o SUS.
“As unidades de saúde passam por uma situação tão crítica que os seus funcionários têm que fazer vaquinha para beber água, e as pessoas reclamam da falta de materiais para curativo, e isso é uma situação que coloca a saúde de Feira em uma situação de gravidade. Outra coisa que o Fórum de Saúde colocou aqui hoje diz respeito à questão da implantação de uma política do PCCS (Plano de Cargos, Carreiras e Salários) dos servidores da prefeitura”, citou.
Adroaldo Santos salientou ainda que a Secretaria de Saúde tem em torno de 4 mil trabalhadores, mas somente 40% são efetivos.
“Temos que levar em consideração que anualmente trabalhadores se aposentam, se afastam, então isso depõe contra o SUS não ter trabalhadores efetivos. 32% dos recursos que o município tem são colocados na terceirização. E são mais de 200 concursados esperando serem chamados, e mesmo que tenha uma decisão judicial, a prefeitura não cumpre. Nós solicitamos na Câmara uma discussão mais ampliada, com a participação dos agentes comunitários de saúde, a secretaria e o fórum, no dia 24, às 14h, para fazer um grande debate sobre a saúde em Feira e a questão inclusive da questão do Hospital Municipal”, informou. (Por Laiane Cruz, com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade.)