Em entrevista à rádio Itatiaia, de Belo Horizonte (MG), na manhã desta quinta-feira (10), o ex-presidente Lula (PT) prometeu que, em caso de ser eleito nas eleições presidenciais de outubro, não permitirá o garimpo em território indígena.
“Se eu for presidente da República não terá garimpo em terras indígenas. Os índios não são intrusos, eles estavam aqui antes dos portugueses chegarem. Eles têm direito à vida digna e cuidarmos da Amazônia é mais importante que garimparem um pouco de ouro”, declarou o petista, rebatendo proposta do presidente Jair Bolsonaro (PL), que nesta segunda-feira (7) defendeu a aprovação do Projeto de Lei (PL) que pretende liberar a mineração em terras indígenas, enviado há dois anos pelo governo ao Congresso Nacional. Proposta antiga do governo federal, o PL voltou ao centro do debate em meio à guerra travada entre Rússia e Ucrânia e a escassez de fertilizantes.
“Em 2016, como deputado, discursei sobre nossa dependência do potássio da Rússia. Citei três problemas: ambiental, indígena e a quem pertencia o direito exploratório na foz do Rio Madeira (existem jazidas também em outras regiões do país). Nosso Projeto de Lei n° 191 de 2020, ‘permite a exploração de recursos minerais, hídricos e orgânicos em terras indígenas’. Uma vez aprovado, resolve-se um desses problemas”, escreveu Bolsonaro no Twitter.
Contradizendo o presidente, um estudo da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) mostra que as jazidas de potássio em terras indígenas representam apenas 11% do total da Bacia Amazônica. Segundo o G1, o estudo tem como base dados do próprio governo, como Agência Nacional de Mineração (ANM) e o Serviço Geológico Brasileiro (CPRM).
Fonte: Bahia.Ba