Feira de Santana

Campanha busca apoiar mulheres em vulnerabilidade social em Feira de Santana

A delegada Clécia Vasconcelos enfatizou que as ações do projeto e a campanha da Deam serão permanentes.

Laiane Cruz

A Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam), o projeto Empodera e a Associação dos Artesãos do Mercado de Arte de Popular (Artmap) se uniram em uma campanha em alusão ao Dia Internacional da Mulher e realizaram, na manhã deste sábado (5), uma ação em prol de mulheres em vulnerabilidade social. 

Foto: Ney Silva/ Acorda Cidade

O evento ocorreu no espaço de eventos do Mercado de Arte e contou com arrecadação e doação de donativos, além de palestras voltadas para as mulheres com foco no empoderamento feminino e fortalecimento das ações da rede de proteção contra a violência doméstica. 

Foto: Ney Silva/ Acorda Cidade

A advogada Fabiana Machado, que coordena o projeto Empodera em Feira de Santana, informou em entrevista ao Acorda Cidade que o objetivo do evento foi fazer um dia diferente para mulheres em situação de vulnerabilidade social, com a criação de uma campanha para de distribuição de alimentos em forma de kits para essas mulheres no dia 8 de março na Deam.

“O evento foi maravilhoso, lotou o Mercado de Artes, ficamos satisfeitas, contempladas e maravilhadas com o resultado. O Projeto Empodera foi idealizado por mim e pela assistente social e bacharel em Direito Alyxi Veloso, e nós montamos um projeto de consultoria jurídica e capacitação para mulheres e toda a sociedade, para que se enfrente a violência contra mulheres e meninas. Além disso, temos o Instagram @trioempodera e todo apoio, toda ajuda é bem-vinda”, afirmou.

Foto: Ney Silva/ Acorda Cidade

A delegada Clécia Vasconcelos enfatizou que as ações do projeto e a campanha da Deam serão permanentes.

“A Delegacia da Mulher é a que mais manda inquéritos, processos, e pela estatística já percebemos que esse ano teremos mais registros que no ano passado. Denunciar, procurar a delegacia é fundamental, porque inibe o ápice dessa violência, que é justamente o feminicídio, que é investigado pela DHPP. Temos uma rede proteção com a Ronda Maria da Penha, o Centro de Referência, o 190, tem o 3602-9190, então tem várias portas que a mulher pode chegar e ser acolhida”, destacou ao Acorda Cidade.

Foto: Ney Silva/ Acorda Cidade

Segundo a delegada, toda violência contra mulher é grande, porque ela acontece no seio familiar e atinge a vítima de uma forma bem mais dimensionada.

“A advogada Fabiana e Alyxi estão com o projeto Empodera, e estamos fazendo uma campanha para ajudar mulheres em situação de vulnerabilidade, com doações de alimentos, mas o importante é que isso não será só no mês de março, será permanente. Estamos criando também um bazar em que as mulheres poderão ir e escolher um sapato, uma peça de roupa, uma bolsa e isso possa contribuir para autoestima e as necessidades primárias dela.”

Foto: Ney Silva/ Acorda Cidade

 

A Bacharel em Direito e assistente social Alyxi Veloso reforçou que existem vários tipos de violência, como a patrimonial, quando o ex-companheiro não paga a pensão que é determinada em lei, ou até mesmo a mulher trabalha e é privada pelo companheiro de ir em um salão que ela gosta, de fazer algumas coisas.

“Muitas vezes o homem não quer trabalhar e explora a mulher de uma certa forma, e tem aquela sutil, como xingar a mulher e achar que não está fazendo nada demais. Tudo aquilo que magoa é violência. Se o homem é casado, muitas vezes acha que a mulher tem obrigação de fazer sexo, e se ela está enfrentando uma doença, por exemplo, como a candidíase, ele acha que ela pegou porque o traiu, mesmo não sendo o caso. Ou não deixa fazer o tratamento e a obriga a fazer sexo mesmo ela sentindo desconforto. O homem não pode de hipótese alguma obrigar a mulher a ter uma relação sexual só porque naquele dia ele está com vontade. Se ela está com dor, incomodada, ou se ela não quer simplesmente porque não está com desejo, ele não pode obriga-la a ter relação sexual. Então o estupro não é só lá fora com pessoas estranhas.”

Foto: Ney Silva/ Acorda Cidade

 

Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade.

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