Educação

Feirense conquista nota máxima na redação do Enem e aguarda uma vaga no curso de Medicina

O tema da redação foi 'Invisibilidade e registro civil: garantia de acesso à cidadania no Brasil'. De acordo com Alice, foi um assunto que já estava sendo debatido.

Gabriel Gonçalves

A feirense Alice Souza Moreira, 18 anos, conquistou a nota máxima na prova de Redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) que foi realizada no mês de novembro do ano passado.

Os resultados que estavam previstos para serem divulgados na sexta-feira (11), foram antecipados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), na última quarta-feira (9).

Com o desejo de cursar Medicina, Alice contou à reportagem do Acorda Cidade que teve a iniciativa de escolher o curso ainda no 1º ano do Ensino Médio e de lá para cá, a rotina de estudos passou por grandes mudanças.

"Eu comecei a sentir essa vontade pelo curso de Medicina a partir do 1º ano do Ensino Médio. Então eu finalizei meus estudos no ano passado, mas a minha rotina de estudos sempre foi puxada, porque às vezes eu chegava da escola por volta de meio-dia e naquele momento eu já começava os estudos e só parava na hora de dormir e não era um horário fixo, as vezes era 23h, 0h, 1h da manhã, então foi uma rotina bem puxada. Eu até me sentia acomodada e quando eu passei a estudar aqui em Salvador eu tive uma nova experiência que me fez muito bem", disse.

O tema da redação foi 'Invisibilidade e registro civil: garantia de acesso à cidadania no Brasil'. De acordo com Alice, foi um assunto que já estava sendo debatido.

"Eu gostei muito da prova de matemática, já a prova de linguagens eu achei que tiveram muitos textos extensos que se tornam cansativos para o candidato que tem ali 5 horas de duração para fazer tudo. Outro detalhe que me pegou foi na prova de Ciências da Natureza com algumas questões de biologia, que por negligência da minha parte, acabei não revisando como deveria, que foi a parte de botânica, mas quando eu peguei a prova de redação que vi o tema, eu me senti confiante, porque foi um tema que eu gostei e já tinha trabalhado", afirmou.

Ainda sem acreditar no resultado que teve, Alice informou à reportagem do Acorda Cidade que vai permanecer estudando em um cursinho, pois acredita que a nota final, não será suficiente para conquistar uma vaga no curso de Medicina.

"Eu fiquei muito feliz ao ver o resultado, não acreditei, posso até dizer que a ficha ainda não caiu 100%. Liguei correndo para meus pais para avisar porque a emoção foi muito grande. Como eu já conclui o Ensino Médio, estou nesse momento no cursinho porque independente da nota da Redação, eu não fui muito bem nas outras disciplinas, então continuarei estudando, irei fazer a prova do Enem deste ano mais uma vez, assim como a prova da Unicamp, porque o meu desejo é atuar na área cirúrgica", concluiu.

Contente com o resultado da filha, a empresária Patrícia Souza, explicou que o incentivo aos estudos sempre começou desde cedo.

"Nós sempre acreditamos na educação, porque a gente sabe que a educação é a base de tudo. Então desde sempre, nós incentivávamos ela, ainda no início não sabia o que pretendia, até que ela chegou no Ensino Médio e decidiu que queria fazer Medicina. Eu posso dizer que nunca precisei pegar no pé de Alice porque ela sempre foi uma garota determinada, com muita autonomia, prestava atenção nas aulas e pelo contrário, eu sou do estilo de mãe que tirava ela do quarto para espairecer a mente, respirar um pouco, porque eu sabia que ela precisava relaxar um pouco, ela se cobra demais e isso não é interessante", destacou.

Por conta da pandemia e as aulas permanecerem de forma online, Alice passou a estudar na capital baiana, em Salvador.

Segundo Patrícia, foi uma ótima decisão, pois alavancou ainda mais o desempenho nos estudos da filha.

Foto: Arquivo Pessoal

"Hoje Alice mora em Salvador porque na pandemia ela cursou até o 2º ano do Ensino Médio de forma online no colégio Acesso, e no ano passado a gente decidiu para que ela fosse para Salvador, já que eles estavam com propostas de voltar mais cedo, então nós fomos para lá para concluir o 3º ano. Alice começou no primeiro trimestre já com honra ao mérito na Olimpíadas de Matemática, e de lá para cá, foi só desenvolvendo e crescendo nos estudos e no interesse de estudar. Ainda fez de forma online algumas matérias isoladas no cursinho, mas sempre buscou todo tipo de extra que ela poderia fazer
", disse.

Com o sentimento de orgulho, Patrícia destacou que todos da família agora aguardam pela aprovação da filha no curso de Medicina.

"A gente já vem de uma família que zela pela educação, meu esposo mesmo é professor, a gente vive a educação, minha primeira formação foi magistério, então a única chance de transformar e mudar uma vida, é através da educação, e foi isso que ela ouviu desde pequena. Ontem ela me disse que com a nota que ela tem, não iria conseguir a vaga no curso de Medicina, mas lembrei a ela, o que sempre falei, basta olhar para o horizonte, que escolhemos o que queremos. Esse momento é só orgulho por uma conquista que é dela, acredito que entrar em uma faculdade seja até mais fácil do que a conquista que ela teve nesse momento, porque é uma conquista pessoal, seja pela história, seja pela leitura, sempre correndo atrás, então acredito que isso seja mais importante do que simplesmente marcar um gabarito", concluiu.

 

Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade 

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