Feira de Santana

Municipalização de escola na Pedra do Descanso deixa pais de alunos apreensivos: 'Não podem estudar em outro lugar devido a guerra de facções'

Nubia Gonçalves que é mãe de aluno disse que teme em matricular os filhos em outros bairros próximos, mandá-los vivos para a escola e não saber como vão voltar.

Rachel Pinto

Pais de alunos da Escola Estadual Wilson Falcão, localizada no bairro Pedra do Descanso em Feira de Santana estão preocupados com a municipalização da unidade escolar. Segundo eles, neste ano de 2022 não haverá o 6º e nem o 7º ano do Ensino Fundamental e os alunos podem ficar sem estudar porque a alternativa seria ir para outro bairro, no entanto, ficam proibidos de adentrar em outras localidades devido a guerra de facções criminosas.

Foto: Paulo José/Acorda Cidade

Nubia Gonçalves que é mãe de aluno disse que teme em matricular os filhos em outro bairro próximo, mandá-los vivos para a escola e não saber como vão voltar.

“Estamos lutando porque esta é a escola mais próxima. Tenho cinco filhos e três deles estudam aqui. As opções de escolas são no Conjunto Feira X, mas ninguém pode ir para lá. Nem para o Jussara e nem Portelinha, por causa da guerra de facções”, contou.

Foto: Paulo José/Acorda Cidade

Outra mãe de aluno, Vanuza Santos Pinto confirmou o problema e declarou que o desejo dos pais é que os filhos continuem estudando perto de casa.

“Eles podem ir e não voltar. Meu filho está indo para o 5º ano e não tem como ele ir estudar no Conjunto Feira X”, pontuou.

Edmarcia dos Santos Anunciação contou ao Acorda Cidade que tem um filho com necessidades especiais e que também não há possibilidade dele estudar em outro bairro.

“Tenho aqui o laudo médico. Esse é o colégio mais próximo que ele tem condições de ir”, disse.

A presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação (APLB), Marlede Oliveira, criticou a municipalização de algumas escolas na cidade e salientou que esta decisão foi feita pelo governador do Estado e o secretário de educação Jerônimo Rodrigues sem dialogar com as comunidades.

Foto: Paulo José/Acorda Cidade

“O governo do estado está com a política errada de fechar as escolas sem ouvir as pessoas. Essa escola que atendia as crianças e adolescentes até o nono ano vai ser municipalizada. As crianças estão fora da sala de aula e quero dizer ao senhor Jerônimo que ele entenda que educação é para servir a comunidade. Nos reunimos ontem no Núcleo Territorial de Educação (NTE) e fomos informados que quarta feira (16) vem os técnicos de Salvador e eles estão sentando, mapeando, sem conhecer a cidade. Quem conhece a cidade é o povo, os pais de alunos, não tem como o filho ir de um bairro para o outro. Pagar transporte, com muitas pessoas desempregadas”, acrescentou.

Para a sindicalista, as escolas tem que ser próximas as comunidades e tanto o governador e secretário precisam ouvir a população.

O Acorda Cidade entrou em contato com o Núcleo Territorial de Educação (NTE) e aguarda o retorno.

 

Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade

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