Feira de Santana

Familiares e amigos se despedem do primeiro repórter fotográfico de Feira de Santana, Antônio Magalhães

O fotógrafo morreu na manhã desta quarta-feira (9) enquanto estava dormindo.

Gabriel Gonçalves

Foi sepultado no final da tarde desta quarta-feira (9), no Cemitério Jardim Celestial, o corpo do primeiro repórter fotográfico de Feira de Santana, Antônio Ferreira Magalhães, mais conhecido como Magalhães Fotógrafo.

Aos 86 anos de idade, o fotógrafo deixou três filhos, entre eles Jorge e Antônio Carlos Magalhães, que também são fotógrafos.

Ao Acorda Cidade, o jornalista Wilson Mário explicou que conheceu o repórter ainda na década de 70 e de lá para cá, acompanhou muito a história de Magalhães.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

"Antônio Magalhães foi um grande profissional que tive a oportunidade de conhecer ainda quando ele estava na atividade. Eu era repórter do Jornal A Tarde em 1976, quando Magalhães foi colocado à disposição da Sucursal, tanto ele quanto Daniel Franco. Então a gente tinha que fazer revezamentos. Na época de 1977, eu fui transferido para Juazeiro da Bahia na Sucursal de lá, depois para Salvador, até que retornei para Feira de Santana, onde tive a oportunidade de acompanhar Magalhães. Ele foi uma pessoa que formou essa geração de fotógrafos em Feira de Santana, começando primeiro pela sua família, quanto Jorge, quanto ACM. Ele que participou da Associação Feirense juntamente com Helder Alencar e outros profissionais de Feira de Santana e Magalhães sempre foi uma pessoa preocupada com o estudo da fotografia, e tudo aquilo que fosse novidade em termos de tecnologia, tanto que ele foi um dos fundadores do Observatório Astronômico Antares daqui de Feira de Santana. Ele não era um simples fotógrafo que acionava o botão da máquina, ele estudava as imagens e me lembro de muitas reportagens que fiz com ele, uma pessoa de grande sensibilidade, um mineiro que adotou Feira de Santana como sua terra e que soube preservar seus relacionamentos que ele teve aqui na cidade. Hoje ele deixa um grande legado, assim como foi a perda de Helder Alencar e deixa também um dos maiores acervos fotográficos de Feira de Santana", afirmou.

Presente no sepultamento, o professor Aurelino Bento, mais conhecido como Professor Bento, disse à reportagem do Acorda Cidade que falar sobre fotografia em Feira de Santana é falar sobre Magalhães.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

"Eu cheguei aqui em Feira de Santana há 40 anos e conheci Magalhães justamente na loja dele junto com seus filhos. Eu fui professor de ACM, tive uma grande amizade com eles, tirei muitas fotos minhas e da minha família com ele e esta é uma perda irreparável para Feira de Santana, uma pessoa que tinha uma grande relação com a fotografia em Feira de Santana e deixa um legado muito importante. Quando se fala de fotografia em Feira de Santana, iremos nos lembrar de Antônio Magalhães", disse.

Ao Acorda Cidade, o filho e também fotógrafo Jorge Magalhães, explicou que o pai já estava com a saúde fragilizada, mas enfatizou a luta pela sobrevivência que o pai sempre teve.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

"Magalhães sempre foi um homem guerreiro, um homem lutador, batalhador e um homem que sempre quis o bem de Feira de Santana. Ele sempre quis a evolução dessa cidade, que ela realmente fosse pujante, mais respeitada pelo feirense, mais respeitada pelos baianos e nos últimos dias, meu pai já estava lutando, o coração muito fraco, alguns anos atrás ele já tinha sofrido um infarto, colocou stents no coração e no ano de 2020, chegou a contrair a Covid-19, logo no início, mas venceu. Mas em virtude do infarto, ele sempre teve acompanhamento com cardiologistas, mas infelizmente foi detectada a fraqueza dos órgãos, do coração, dos rins e meu pai sempre lutando que não queria morrer, porque precisava ver Feira de Santana sendo reconhecida nacionalmente. Ele que foi fundador do hoje extinto Jornal Feira Hoje, do Observatório Antares, da Associação dos Fotógrafos, do Sindicato dos Fotógrafos e teve uma história muito maravilhosa", lembrou.

De acordo com Jorge, o pai faleceu enquanto estava dormindo na manhã de hoje.

"Ontem a noite, por sinal, foi aniversário da minha mãe, durante o dia inclusive estava com ele, estava acompanhando ele no psiquiatra, porque ultimamente ele estava tendo uma possível síndrome do pânico e com isso ele precisava tomar algumas medicações. Ontem ele se deitou por volta das 21h, e quando foi por volta de 3h da manhã, chegou a se levantar, comeu um pedaço de bolo e disse que iria deitar novamente. Hoje mais cedo, eu fui ao quarto verificar dar os primeiros medicamentos, como a insulina e ele ainda estava dormindo. Eu fui trabalhar na prefeitura e minha mãe ligou dizendo que meu pai já não estava mais respirando. Então realmente, ele partiu dormindo, ele que sempre falou, 'Senhor, não quero ver minha morte', acho que Deus ouviu o pedido dele e veio na hora que ele estava dormindo, para completar a história da fotografia ao lado do Senhor Jesus", afirmou.

 

Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade

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