Gabriel Gonçalves
Os familiares da gestante Jéssica Regina Macedo do Carmo, 31 anos, que morreu no último sábado (5) em Santo Estevão, vítima um tiro nas costas, realizaram uma nova manifestação na manhã desta quarta-feira (9), em frente ao Fórum da cidade.
Ao Acorda Cidade, a irmã de Jéssica, Vitória Régis Macedo, contou que pela Justiça, ainda não há a comprovação do crime, mas destacou que nos depoimentos feitos pelo marido de Jéssica, George Abreu, ex-vereador e ex-chefe de gabinete da prefeitura de Santo Estevão, existem contradições.
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade
"A nossa principal motivação aqui presente no dia de hoje, é pedir por justiça. Pelo crime que George cometeu, porém pela Polícia, ainda não tem nada provado, mas nós que somos a família dela, temos a ciência e está mais do que provado, por todos os indícios, por todas as contradições que ele deu e a gente não quer que isso fique impune. Minha irmã era uma mulher que tinha força, sei que ela estaria também em prol de outras mulheres que são vítimas todos os dias, e não queremos que mais um caso passe assim despercebido, que fique impune. Nossa família está sofrendo todos os dias com isso. Queremos a justiça, ele precisa pagar pelo que fez, ele matou a própria esposa e ainda com um filho dentro da barriga, isso é inaceitável", relatou.
De acordo com Vitória, Jéssica era uma mulher muito reservada que não comentava muito sobre o relacionamento. Ainda segundo ela, uma vez, Jéssica apresentou manhas roxas no corpo, mas declarou que foram provocados por acidentes domésticos.
"Nós erámos muito próximas, porém se tratando do relacionamento dela, ela não se abria muito, Jéssica era uma mulher muito reservada, fosse com as coisas do trabalho dela, o relacionamento e jamais eu iria desconfiar de algo que pudesse estar acontecendo dentro da casa deles. Algumas vezes ela chegava na casa da minha mãe e vi que ela estava com o olho roxo, até questionei, mas ela disse que estava preparando um tempero para o almoço e algo caiu no olho dela. Eu não sei se ela tinha medo das ameaças que ele poderia fazer, infelizmente a gente sabe que muitas mulheres ficam acuadas e não comentam sobre o que está acontecendo. Nós queremos a justiça, queremos a prisão preventiva dele, porque já era para ele estar preso. Eu não entendo de lei, mas ele foi a única pessoa que estava ao lado dela no dia do tiro. Isso é muito revoltante e toda a família está indignada, ele precisa responder por isso. Minha mãe está passando por dias terríveis com a falta de Jéssica, eu já sou mãe, tenho um filho de 7 anos de idade, e imagino o tamanho do sofrimento da nossa mãe após este crime. Eu não tenho nem mais palavras para descrever tudo isso", lamentou.
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade | Mãe de Jéssica
Ao Acorda Cidade, a tia de Jéssica, Zenilda Pereira Macedo, informou que o carro utilizado para socorrer a sobrinha, ainda está estacionado no fundo do hospital com marcas de sangue.
"Fiquei sabendo agora, chegou ao meu conhecimento que o carro que foi dado socorro à Jéssica no dia do assassinato, se encontra até hoje atrás do hospital todo sujo de sangue. Agora eu queria saber porque que este carro ainda está lá, eu simplesmente não estou entendendo", disse.
Ainda segundo a tia da vítima, George Abreu não aceitava a presença da filha de Jéssica na residência do casal.
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade
"Teve uma vez que Jéssica chegou lá na casa da mãe com o olho roxo e disse que foi um acidente com o triturador de temperos, algo atingiu o seu rosto, mas a gente sabe que ele não aceitava a filha de Jéssica na casa dele. A menina raramente ficava no sítio onde eles moravam, então todos os dias no final da tarde, Jéssica ia para a casa mãe, dava total assistência para a filha, dava o banho, colocava para dormir e logo depois voltava para casa, essa era a rotina dela de todos os dias, mas percebemos que ela começou a ter uma mudança de comportamento, de personalidade, uma tristeza no olhar dela. Infelizmente hoje a filha dela ainda pega o celular, abre o WhatsApp e fica mandando áudio para a mãe, como 'beijos mamãe, beijos mamãe'. Estamos aqui em busca dessa justiça, porque este homem ainda está solto, mas ele era a única pessoa que estava com ela, não entendemos porque ele ainda está solto", afirmou.
A advogada da família que está acompanhando o caso, Maria Casemira de Jesus Smiguratoteli, explicou ao Acorda Cidade que que os laudos periciais ainda não foram concluídos.
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade
"Nós conversamos agora com o promotor Carlos André, responsável pelo Ministério Público da vara de crime da comarca de Santo Estevão, ele que está acompanhando as investigações de perto, além dele, tem o delegado da Delegacia Territorial daqui de Santo Estevão, bem como o delegado Roberto Leal. Infelizmente, ainda não foram concluídos os laudos periciais, então conversamos com o promotor, no sentido de representar pela prisão preventiva, mas nesse momento, sabemos que isso cabe ao delegado representar por esta prisão", disse.
Com relação ao veículo que supostamente está estacionado no Hospital, a advogada explicou que vai analisar o caso, mas segundo informações, a perícia já foi realizada.
"A família está muito fragilizada nesse momento e está buscando respostas. Com relação a situação do carro, segundo o representante do Ministério Público, já foram realizadas todas as perícias com fotos, com tudo, inclusive no domicílio onde ocorreu o crime", concluiu.
Fotos: Ed Santos/Acorda Cidade
Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade.
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