Laiane Cruz
Muitos pacientes que se deslocaram na manhã desta terça-feira (1º) para a unidade de saúde básica do bairro Rua Nova, em Feira de Santana, com o objetivo de realizar o exame de detecção da covid-19, reclamaram sobre as condições e a demora do atendimento no local.
De acordo com uma paciente, Ubiracy Conceição de Souza Araújo, as pessoas chegam cedo na fila para garantir as senhas e ficam aguardando sob o sol quente, pois não tem lugar para sentar em frente à unidade.
Foto: Ney Silva/ Acorda Cidade
“O atendimento quando nós chegamos estava horrível, porque chegamos aqui 7 horas e colocaram a gente no sol quente, não tem lugar para sentar, todo mundo aqui na fila está doente, inclusive duas pessoas desmaiaram. Eles socorreram e levaram lá para dentro e a gente fica aqui nesse sol quente, não tem uma cadeira, não dá a senha logo para a gente se locomover ir para algum lugar, não tem água. Então quer dizer, a gente sofreu até agora, graças a Deus as meninas começaram a atender mais cedo, acho que elas se compadeceram e viram que a gente estava passando mal aqui na fila e começaram a atender antes do horário, mas quando chega aqui de manhã é um sofrimento, porque só abre 8 horas e quando abre não dá senha a ninguém, a gente fica até 9 horas passando mal”, desabafou.
Ela afirmou ainda que estava com sintomas da covid-19, após ter tido contato com a irmã, que testou positivo.
“Estou com sintomas, minha irmã veio ontem e testou positivo. Eu estou vindo hoje, porque passei mal fui para a policlínica, tomei aqui soro na veia, porque passei muito mal. Tive dor de cabeça, febre, meu pai também, como a gente mora todo mundo junto, então tem que vir testar para ver.”
Foto: Ney Silva/ Acorda Cidade
Outra paciente que foi em busca do exame foi Noete Mendes. Ela afirmou que a estrutura do local é boa, porém não tem água para os pacientes beberem. Além disso, a unidade está lotada.
“Vim ontem e já tinham encerrado as fichas e aí voltei hoje de manhã. Estou com a ficha 78 aqui, não tenho a mínima ideia de quando vou ser atendida. Ainda tenho uma criança de um ano em casa, falei que estava amamentado, a menina perguntou se eu tinha alguma coisa comprovando. Um sol quente desse a pessoa tem que comprar água ainda, precisaria ter um toldo aqui também, um sol escaldante desse, não é mole não, é o Brasil mesmo”, lamentou.
A promotora de vendas Jaqueline Barros disse que chegou ao local desde as 7h, mas o atendimento só começou de fato por volta das 10h30.
“Não tem um toldo para a gente ficar, se esquivar do sol, não tem água, não tem uma cadeira para as pessoas idosas que estão chegando aqui em baixo de sol quente. O atendimento está complicado, péssimo. Cheguei 7h10 e peguei a senha 60. Duas pessoas desmaiaram devido ao sol e aos sintomas da covid. O atendimento precisa melhorar demais, é desumano.”
A paciente Zanicleia Oliveira chegou por volta das 7h20 na unidade e também considerou o atendimento péssimo.
“Desde ontem que venho atrás de um teste rápido e não consegui fazer porque tinham acabado as senhas. Rodei até a Ayrton Senna, não consegui, pois lá estava pior. Não tem teste para a população, não tem água, não tem um álcool para as pessoas passarem na mão, não tem assistência nenhuma, porque um sol desse a pessoa não sabe nem que horas vai sair daqui, têm pessoas que vem sem tomar café, que não têm dinheiro para se alimentar e passam mal mesmo na fila.”
Foto: Ney Silva/ Acorda Cidade
A coordenadora da unidade, Vivian Carvalho, justificou que a procura por testes rápidos de covid-19 aumentou muito no local e por isso está existindo um tempo maior de espera para o atendimento, que está acontecendo para em torno de 100 a 120 pessoas por dia.
“O quantitativo aumentou da população, a procura é grande por ser uma unidade maior, por nós termos uma quantidade de funcionários maior, então a demanda aumentou por conta disso, mas nós estamos realizando testes rápidos para todos que vêm para a unidade procurar. A demora acontece justamente por isso, o quantitativo de pessoas que tem procurado, aumentou bastante”, explicou.
Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade.