Gabriel Gonçalves
Atualizada às 17h46
Há cerca de dois meses, os pais e as mães dos estudantes da Escola Municipal Arthur Martins da Silva, que tem um prédio anexo localizado no bairro da Asa Branca, em Feira de Santana, foram surpreendidos com o anúncio do fechamento da unidade.
Em entrevista ao Acorda Cidade, Gerson de Jesus Santos, pai de um estudante, informou que a versão da diretora é que o prédio alugado pela prefeitura passará por um processo de reforma e, por isso, os estudantes serão transferidos para a outra unidade, que pertence à mesma escola.
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade
"A diretora disse que vai fechar o colégio e por isso que, assim como eu, outras mães estão aqui para questionar sobre isso, porque estão querendo que os nossos filhos sejam transferidos para uma escola lá no bairro da Pedra Ferrada, que é muito distante das nossas residências. Vai se tornar mais difícil poder levar as crianças, ainda mais quem não tem transporte. A diretora nos disse que o prédio não está com boas condições para continuar recebendo os estudantes, porém pelo que a gente observa, tem condições sim", informou.
De acordo com Jaqueline dos Santos, que também é mãe de uma estudante, a localização da nova escola fica muito distante da residência para levar a filha a pé.
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade
"Imagine só, a gente ter que levar nossos filhos neste sol, a pé, para uma escola que fica lá na Pedra Ferrada. Eu não tenho condições, ainda mais nesse sol. Essa escola aqui é tão boa e querem colocar nossas crianças em outra escola. Nós recebemos essa informação já tem uns dois meses e a alegação deles é que na outra escola não tem diretor, então pegaram a diretora daqui e colocaram lá, então ela fica lá e cá, não dando conta mais", disse.
Mãe de duas filhas, Márcia Santos Almeida informou à reportagem do Acorda Cidade que é mãe solteira e não tem condições de pagar transporte.
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade
"Minhas filhas fazem parte do 2º ano. Nós recebemos essa informação que eles querem fechar a escola, mas não tem cabimento isso, eu sou mãe solteira, não tenho condições de pagar transporte para minhas filhas, querem colocar a escola lá na Pedra Ferrada, estamos passando por uma situação muito difícil. Estão dizendo agora que querem fazer uma reforma porque não tem mais condições de receber nossas crianças, mas a gente não acredita nisso", destacou.
Para Geisa Julião dos Santos, essa mudança de escola vai trazer grandes problemas para todos os pais que necessitam levar e buscar os filhos na escola.
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade
"Eu vim aqui também reivindicar porque estão alegando que vão reformar, estão alegando que não tem diretora, até porque a diretora daqui também está atendendo lá na outra escola, que fica na Pedra Ferrada. Eu tenho uma filha de 8 anos e não posso ficar saindo daqui do Condomínio onde moro para ir lá na Pedra Ferrada nesse sol. Essa é uma escola muito boa, que não deve ser fechada, espero que tenham a misericórdia por todos nós", lamentou.
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade
De acordo com a secretária de educação do município, Anaci Bispo Paim, a pasta está concluindo o reordenamento da rede, através de um estudo de planejamento de oferta.
"Consideramos a necessidade da comunidade, a matrícula existente e as condições do prédio. Em prédios alugados estamos alocando os alunos para uma escola que tenha melhores condições porque com o protocolo de covid, nossas exigências passaram a ser maiores. As condições sanitárias são mais exigentes e esse cuidado está sendo colocado. Então em prédios alugados estamos fazendo essa organização. Em prédios próprios, estamos fazendo interferências na parte física para que eles fiquem exatamente com as condições sanitárias exigidas", afirmou Anaci Paim.
Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade