Mães de estudantes pedem reforma e reativação de escola municipal no distrito de Maria Quitéria - Acorda Cidade

^{Laiane Cruz}

Mães de estudantes da comunidade Olhos D’água das Formigas, no distrito de Maria Quitéria, pedem à Secretaria de Educação do município de Feira de Santana que realize a reforma do prédio da Escola Municipal Rui Nunes Cerqueira, localizada na Estrada da Boiadeira.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

Por falta de reformas, a unidade escolar fechou e os estudantes que moram na comunidade de Olhos D’água das Formigas precisam se deslocar para a localidade Lagoa de Pedras, a fim de estudarem. O problema, segundo a mãe de um aluno, é que além da distância, a escola não oferece um ensino de qualidade e não comporta uma grande quantidade de crianças, realizando o revezamento das turmas de alunos de diversas comunidades ao redor.

Segundo Luana Santos Oliveira, que já estudou na escola Rui Nunes Cerqueira, a unidade fechou desde 2019 com a promessa de ser reformada, mas até hoje isso não aconteceu.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

“Os moradores limpam o chão para não ficar totalmente abandonado. Já procuramos a direção da escola para nos informar, mas muitas vezes sem resposta. Ela nos enviou um comunicado informando que precisava de uma licitação. Mas desde 2019 estamos aguardando por isso. E não é só a reforma, também precisa de corpo docente. A escola para onde os alunos estão indo é pequena e está revezando as turmas das comunidades”, informou.

Ivanilda Silva Oliveira também não está satisfeita com a transferência dos filhos para a escola em Lagoa de Pedras. E o imóvel da escola Rui Nunes Cerqueira está sem condições de uso, necessitando passar por reestruturação, para ser reativado.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

“Os nossos filhos foram transferidos para outro colégio, pois a unidade fechou por falta de reformas. Aqui tem muito mato, lixo, qualquer um pode se esconder. A estrada está abandonada e podemos sofrer assaltos. O prefeito esqueceu essa escola. Nossos filhos precisam estudar perto de casa”, protestou.

Ana Claudia Santana Alves tem uma filha que ela gostaria que também estivesse estudando na comunidade onde moram.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

“É uma escola que eu estudei, reconhecida e nós precisamos que ela venha a existir, pois não está existindo. Uma grande decepção de ter que se locomover para outra comunidade, ir para longe levar nossos filhos, pegar um transporte sem segurança para a Lagoa de Pedras, e que tem a mesma direção daqui. Pelo meu conhecimento essa escola tinha 100 alunos, uma quantidade suficiente para não acabar. Além da outra escola ser longe, não acredito que ela neste momento de pandemia comporte alunos de duas comunidades.”

Antônia Jesus Pereira nasceu e cresceu na comunidade Olhos D’água das Formigas há 55 anos, criou os filhos e netos no local. Ela lembra com saudade do tempo em que estudou na escola Rui Nunes Cerqueira e deseja que os netos voltem a estudar lá.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

“Eu e meus filhos estudamos nessa escola, e agora meus netos passaram por essa escola. Um local que segurou a comunidade e agora está numa situação dessa. A situação daqui é que quando chovia as professoras, merendeiras, botavam balde para segurar a água, morcego caindo na cabeça das crianças, e aí quando começou a pandemia, fechou de vez. Queremos que nossos filhos voltem a estudar na nossa comunidade.”

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

Em reposta às reclamações, a secretária municipal de Educação de Feira de Santana, Anaci Paim, informou que a escola já foi vistoriada por ela e que o prédio atual será totalmente reconstruído, com ampliação de salas e construção de novos espaços.

“A escola Rui Nunes foi visitada por mim, a partir da identificação da estrutura do prédio, que não tem condição funcionar. O prédio está fechado, foi feito um planejamento, e a escola vai passar de 279 metros para 1.040 metros. Será, portanto, uma reconstrução total da escola, não será reforma. Terá um pátio coberto amplo para as atividades de recreação, será ampliada com mais uma sala de educação infantil, com banheiro adaptado, vasos infantis e chuveiro. Os espaços dessa escola todos vão passar a ter laje em concreto armado, terá a construção de salas administrativas com banheiros e chuveiros, salas para professores e direção, e construção também de áreas de apoio, como cozinha com despensa, área de serviço e banheiros com chuveiro para os funcionários, construção de depósito para material de limpeza e material pedagógico separado, a instalação de reservatório de água para grande armazenamento e banheiros de alunos seguindo normas de acessibilidade”, afirmou a secretária.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

Conforme a secretária Anaci Paim, enquanto a reforma não for iniciada, os estudantes seguirão estudando na escola Manoel Nascimento.

“A área que existe hoje lá será totalmente modificada, poucas paredes serão reaproveitadas, porque a escola vai ser totalmente reconstruída. Enquanto isso, os alunos estão na escola Manoel Nascimento, que faz parte do mesmo núcleo e estamos buscando agilizar esse processo para que essa obra tenha condição de iniciar o mais rápido possível, quando a licitação tiver sido concluída. Nós precisamos que a Câmara aprove o orçamento, que até agora não aprovou e a gente fica impedido de emitir Ordem de Serviço para iniciar a obra no momento que tiver concluída a licitação. Mas a comunidade fique tranquila que terá uma escola de excelente nível, que irá triplicar de tamanho, atendendo a todos.”