Gabriel Gonçalves
Uma equipe do Conselho Estadual de Trânsito (Centran-BA) esteve no município de Feira de Santana na manhã de quinta-feira (20), para realizar vistorias em pontos estratégicos e críticos da cidade.
Em entrevista ao Acorda Cidade, a presidente do Conselho, Mag Gramacho, explicou que Feira de Santana está classificada entre os 10 municípios do estado que apresentam índices altos com relação a acidentes e óbitos.
"Feira de Santana é uma das cidades que está relacionada dentro de 10 municípios que apresentam um diagnóstico na segurança viária, que precede a elaboração da política de gestão de segurança viária da Bahia e da construção do Pnatrans, que é o Plano Nacional de Redução de Mortes e Lesões no Trânsito. Então com base em alguns critérios, Feira de Santana já foi considerada como a maior região em frota de veículos da Bahia, isso de acordo com o Ministério da Saúde no ano de 2017, além do número de óbitos que aconteceram nesse respectivo ano. É importante frisar que estes dados são baseados no quantitativo de pessoas que deram entrada em hospitais daqui de Feira de Santana e que vieram a falecer. Feira é uma região estratégica, então ela sobre com esse impacto, porque por exemplo, caso ocorra um acidente grave na região de Amélia Rodrigues, essa vítima será deslocada para Feira", explicou.
De acordo com a presidente do Conselho, o último dado atualizado é do ano de 2018.
"Até o ano de 2018, esse número permaneceu, considerando Feira de Santana como a terceira maior cidade em número de acidentes, porém o Ministério da Saúde leva mais de um ano para disponibilizar estes dados, pois existem uma série de critérios e segmentos que devem ser considerados. Então se o paciente foi internado, mas depois de seis meses, veio a falecer, o Ministério precisa desse tempo para também incluir nos dados, então por estes motivos, os dados não são totalmente atualizados em curto prazo", informou a presidente ao Acorda Cidade.
Segundo Mag Machado, um dos pontos críticos analisados pela equipe do Conselho, foi a entrada do Conjunto Feira IX pelo Anel de Contorno.
"Dentro das análises que foram feitas, nós identificamos por exemplo, a travessia no Anel Viário com acesso à região do Feira IX, um local onde possui muitos acidentes. Além desse local, nós percebemos também com relação à sinalização em alguns locais, educação do povo, fiscalização, então são estes pontos críticos, que ainda precisam ser juntados com mais dados, como é o caso das vias estaduais, precisamos também dos dados da Polícia Rodoviária Federal sobre os dados das vias federais, para que seja feito o diagnóstico de Feira de Santana. É importante dizer que este tipo de diagnóstico é para focar nas maiores dificuldades que foram encontradas aqui na cidade, como melhorar a fiscalização, a infraestrutura e a educação", explicou.
Fazendo parte da equipe do Conselho, a doutora em Psicologia do Trânsito pela Universidade de São Paulo (USP) e especialista em Administração Internacional em Segurança Viária, Raquel Almqvist, explicou que Feira de Santana é uma região cortada por um trecho viário em que divide rodovia e zona urbana.
"Nesta nossa primeira visita, nós destacamos que o município é rodeado por uma grande rodovia, que inclusive é federal que liga o Norte ao Sul, então existe esta dificuldade com o tráfego local, onde os usuários são os pedestres, motociclistas, motoristas e os próprios moradores que precisam utilizar os trechos da rodovia. Nesta situação, eles passam a compartilhar a rodovia com veículos pesados, veículos que estão se deslocando para outras cidades, então todos os usuários precisam manter esta conscientização. Hoje nós também tivemos a oportunidade de conhecer mais o perfil da cidade, pois sabemos que acidentes que acontecem aqui na região de Feira de Santana, as vítimas acabam sendo levadas para os hospitais daqui da cidade, o que eleva o número dos óbitos, os números de acidentes, então estamos de perto verificando isso, para que os números sejam reais, e o diagnóstico não pode ser feito apenas em uma fotografia, hoje o município é um conjunto que interage as pessoas, os veículos, os veículos menores que estão utilizando a rodovia, que neste caso são moradores, além dos veículos maiores que utilizam a rodovia como passagem, então tudo isso, deve ser levado em consideração", concluiu.
Com informações da produtora Maylla Nunes do Acorda Cidade