Laiane Cruz
Em 2021, Feira de Santana registrou 5.674 casos suspeitos de Chikungunya, doença que é transmitida pelo mosquito Aedes Aegypti e causa fores dores de cabeça, nas articulações, músculos, febre alta, inchaços e mancha avermelhadas pela pele. Do total de notificações, 4.274 casos foram confirmados e 1.235 descartados, segundo informações da Vigilância Epidemiológica (Viep) do município.
Por outro lado, de acordo com a Viep, houve subnotificação dos casos de dengue. Com apenas 155 casos registrados durante todo o ano de 2021. Trinta e cinco casos ainda estão em investigação e 536 foram descartados. A razão para esses números tão baixos pode estar ligada à pandemia de covid-19, em que as pessoas deixaram de ir aos postos de saúde.
Entretanto, com as fortes chuvas que vem incidindo sobre Feira de Santana os casos de dengue podem voltar a crescer consideravelmente. O assunto foi um dos temas tratados durante uma reunião realizada quarta-feira (12) entre o Ministério Público da Bahia (MP) e a Secretaria de Saúde.
Em entrevista ao Acorda Cidade, o promotor Audo Rodrigues afirmou que os casos de dengue voltaram a aumentar na cidade e isso tem gerado forte preocupação das autoridades, devido ao aumento de casos da covid-19 após as festas de fim de ano, aliado ao surto de gripe H3N2, que têm lotado as unidades de saúde.
“Precisamos conscientizar a população de um problema que pode vir a acontecer em pouco tempo, que é a situação da dengue. Nós estamos em período de chuvas há algum tempo e estamos com alguns casos no município. Ainda não temos uma situação preocupante, mas começou a eclodir. Há poucos anos tivemos um surto muito grande em Feira e desencadeou a Zika e a Chikungunya. Agora o sinal vermelho começou a acender. Num momento de aumento da covid e a gripe tomando conta da população, ainda termos casos de dengue, zika e chikungunya, o caos estaria instalado”, alertou o promotor.
Para ele, algumas ações simples podem ser realizadas para se evitar um novo surto de dengue e Chikungunya.
“Enquanto com a covid e a gripe não temos muito o que fazer com o vírus no ar, a questão da dengue pode ser combatida se a população se conscientizar de não deixar água parada em casa, fazer uma revisão diária, e não teremos um número grande de mosquitos circulando. A população precisa levar o fato ao município de terrenos baldios e casas fechadas, para que venha atuar.”
Ele lembrou ainda que o Ministério Público há alguns anos entrou com uma ação que autoriza o ingresso de agentes de endemias em estabelecimentos fechados, cumprindo-se algumas obrigações, para que se observem focos de dengue. “Hoje há uma série de mecanismos utilizados, como drones. Precisamos nos antecipar para que evitemos um colapso maior no Sistema Único de Saúde.”