Feira de Santana

Mães cobram reforma em escola municipal no povoado de Pé de Serra

De acordo com elas, a unidade escolar foi fechada durante a pandemia.

Gabriel Gonçalves

Mães de estudantes da Escola Municipal Deocleciano Martins da Silva, localizada no povoado de Pé de Serra, distrito de Maria Quitéria, procuraram a produção do Acorda Cidade para reclamar sobre a demora na reforma que foi anunciada no final do ano de 2019, mas até o momento, nada foi feito.

De acordo com Elisandra Brito da Silva, mãe de uma estudante, as únicas informações que foram passadas pelos professores, é que estão aguardando um posicionamento da prefeitura para iniciar as obras.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

"Nós estamos há anos pedindo, procurando e os professores dizem que estão aguardando uma posição do prefeito, mas até então, esta reforma está dentro de uma caixinha e estamos ainda aguardando. Eu tenho duas filhas, sendo que uma já está lá em São José estudando e a outra ainda continua aqui, porque é o último ano dela, mas dependemos dessa reforma, que nem sabemos como vai ser. Nesse período, ela pega as atividades, leva para casa, faz e depois eu tenho que levar de volta", alegou.

Sem poder ajudar nos estudos em casa, a mãe de um estudante, Cremilda Ferreira Cerqueira, paga um valor de R$ 50 para que o filho tenha reforço escolar.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

"A escola é praticamente dentro de casa, e como eu não sei ler, fica mais complicada a nossa situação, então eu tenho que ficar pagando R$ 50 todo mês porque a coisa está séria. Meu filho tem 6 anos, está no grupo 5 e tenho certeza que isso só está prejudicando a ele. Às vezes, ele para assim e fica me questionando, 'mãe, eu quero ir pra escola, quero voltar', mas a escola está caindo aos pedaços, quando chove, alaga tudo, ele chegava molhado em casa, com o material molhado, por isso que nós queremos uma reforma, para que as crianças voltem a estudar aqui na escola", afirmou.

Juliane Silva Santos, informou à reportagem do Acorda Cidade que mora em frente a Escola Municipal. De acordo com ela, houve um período em que a Escola passou três dias com o portão aberto, sem nenhuma segurança.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

"A escola já está fechada há mais de dois anos, e a gente fica triste em ver esta situação. A escola está caindo aos pedaços e literalmente, toda deteriorada. Eu moro aqui em frente, sinto medo porque realmente a a escola fica fechada, local para vândalos e teve um período que passou três dias totalmente aberta. Estamos pedindo este favor para que a escola seja reformada, meu irmão estuda aí, ele tem apenas 4 anos de idade, está no grupo 5, está apenas iniciando e isso o prejudica muito", citou.

Professora aposentada pelo município, Anaildes Santos da Silva já trabalhou na Escola Deocleciano Martins da Silva. Segundo ela, com a unidade fechada, muitas crianças ficam sem ter um desenvolvimento educacional.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

"A escola encontra-se fechada desde quando começou a pandemia, nós reclamamos que até hoje nunca foi feita uma reforma, e continua fechada. A minha preocupação é que eu moro aqui na comunidade e vejo as crianças às vezes ficarem sem nada para fazer. Quando a educação falha, com certeza, a violência vem e os jovens ficam ociosos não tendo nada para fazer. Na época que eu trabalhava aqui, ouvia dizer que o telhado estava vazando e queriam derrubar para fazer outro, mas até hoje, nada foi feito aqui na comunidade e muitos dos estudantes estão estudando pela internet, pelas redes sociais e outros pediram transferência. Espero que o prefeito tenha alguma posição com relação a esta reforma, porque nós moradores, ficamos tristes quando vemos uma escola fechada. Sabemos que quando uma escola se fecha, as portas dos presídios se abrem", concluiu.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

Ao Acorda Cidade, a secretaria municipal de Educação, Anaci Bispo Paim, explicou que a licitação ainda não foi concluída para iniciar as obras de reforma do espaço.

"A Escola Municipal Deocleciano Martins da Silva localizada no povoado de Pé de Serra, distrito de Maria Quitéria, teve o processo de reforma autorizado pelo prefeito com lançamento no dia 31 de agosto deste ano, porém este processo compõe junto com mais cinco outras escolas, no conjunto de seis unidades. O projeto de licitação também inclui outros projetos complementares. A empresa que está para ser selecionada, deverá assumir a responsabilidade pela reforma desde os projetos que são planejados, até sua execução. Essa proposta deve ter de 8 a 10 meses, mas a licitação ainda está em procedimento e esperamos que agora neste mês de janeiro possamos dar início à reforma. Enquanto isso, os alunos estão tendo atividades em uma escola alugada, mas a comunidade deve ficar tranquila porque irão receber um prédio com grandes interferências bem significativas, com uma nova construção. Teremos ampliação da unidade escolar, que passará a ter oito salas, pátio coberto para recreação, salas administrativas para professores e diretores, cozinha, refeitório, além de atender a todos os portadores de deficiência, uma biblioteca, e o espaço passará de 310m² para 845m², uma ampliação bem significativa", concluiu.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade

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