Chuvas na Bahia

Ministro da Cidadania detalha ações do Governo Federal para socorrer cidades atingidas por enchentes

Em entrevista ao Acorda Cidade, o ministro João Roma informou que o governo federal irá redobrar as ações nos municípios afetados pelas chuvas.

Laiane Cruz

O Ministro da Cidadania, João Roma, está em Ilhéus para viabilizar ações do governo federal de enfrentamento à situação de calamidade pública instalada no sul e extremo-sul da Bahia, em virtude das chuvas das últimas semanas.

De acordo com a Superintendência de Proteção e Defesa Civil (Sudec), até esta segunda-feira (27), haviam sido contabilizados 31.405 desabrigados e 31.391 desalojados, conforme dados enviados pelas prefeituras. O número de municípios afetados chega a 116, sendo que 100 deles já decretaram situação de emergência. Foram registrados 358 feridos e 20 mortos. O total de pessoas afetadas é superior a 470 mil (471.009).

Em entrevista ao Acorda Cidade, o ministro João Roma informou que o governo federal irá redobrar as ações nos municípios afetados pelas chuvas.

“Estou em Ilhéus neste momento. Hoje estão chegando aqui outros ministros, como Rogério Marinho, o Ministro Queiroga, a ministra Damares. Estamos aqui com as equipes da Defesa Civil, forças armadas. O presidente Bolsonaro nos solicitou para redobrar as ações do governo federal nessa região. Essa calamidade, a diferença dela é a abrangência, essas chuvas fortes começaram no final de novembro, uma chuva que afetou a cidade de Itaberaba, depois cidades do extremo-sul da Bahia e nesta última semana atingiu a uma área mais ampla, chegando até o Vale do Jequiriçá e algumas cidades do Recôncavo. Isso dificulta muito a ação”, afirmou o ministro.

Segundo ele, no último sábado (25) se reuniu com o governador Rui Costa para tratar da implantação de um centro integrado em Ilhéus e o desenvolvimento de ações coordenadas para proteger vidas e atenuar o sofrimento da população, com a retomada da limpeza pública e das condições das cidades.

“Existem hoje muitas pessoas desabrigadas, que precisam ser acolhidas. É uma situação de fato de grande proporção. São muitos municípios afetados, que ficaram totalmente embaixo d’água, onde a população perdeu tudo que tinha, do colchão ao fogão. Agora que as águas começam a baixar, se começa a ver a destruição, casas destruídas, ruas destruídas, pontes, muitas localidades ilhadas, sem energia elétrica, sem abastecimento de água, sem sinal de telefone, pessoas pedindo socorro. Então é de fato assustador o cenário, pela dimensão que essa catástrofe ocupou. É muito difícil suprir com a logística, em cada um dos locais. Ontem estive em Itapetinga, que ficou ilhada, sem abastecimento de água, pessoas sequer tinham água potável para fazer o alimento. Uma situação muito difícil”, lamentou João Roma.

Recursos e Linhas de Crédito

O ministro da Cidadania destacou que entre as ações viabilizadas pelo Governo Federal está o envio de 90 médicos do Ministério da Saúde para dar suporte à população e uso das Forças Armadas com o objetivo de preservar vidas. Também foi realizado o envio de helicópteros da Marinha e da Aeronáutica, fundamentais para o salvamento, além de um menor e mais versátil helicóptero da Polícia Rodoviária Federal (PRF).

“Na sequência, o abrigamento dessas pessoas, que está relacionado ao Ministério da Cidadania, que é prover alimentos, colchões, pois há muitas pessoas instaladas em escolas e galpões. Há muitas pessoas que estão impedidas de retornarem para suas casas, porque estão em áreas de risco, em margens de rios ou perto de locais com possibilidade de deslizamento de terra. E haverá toda a limpeza e reconstrução desses municípios, reconstrução de estradas, pontes, para com isso voltar ao caminho do desenvolvimento, que será muito custoso para toda a Bahia. São milhares de famílias que perderam tudo que tinham, muitas dessas que já são necessitadas, que já tinham pouco, e conquistaram com muito sacrifício, e agora ficaram com nada. Vai ser muito difícil a retomada também das atividades”, avaliou Roma.

João Roma esclareceu que houve a transferência de recursos emergenciais para reconstrução de vias e pontes, e o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, veio de Brasília para liberação de uma linha específica para reconstrução de casas destruídas. Além disso, foram repassados recursos da União, em torno de R$ 400 por pessoa, para os municípios viabilizarem o abrigamento das vítimas, cobrir custos com alimentação, aquisição de colchões, entre outros insumos.

“Existe uma série de linhas onde estamos também trabalhando. O presidente Bolsonaro pediu à Caixa Econômica que fizesse a antecipação do FGTS. Está chegando aqui também o presidente do Banco do Nordeste com novas linhas de crédito para poder estimular a retomada, para que as pessoas de alguma maneira possam ter acesso a crédito para refazer os estoques e seguir adiante. O Banco do Brasil através da sua fundação está atuando para ajudar também a população. Então são muitas iniciativas de vários órgãos a fim de minimizar o sofrimento da população. A Caixa Econômica está liberando o FGTS nas áreas atingidas e mandou também dois caminhões com atendimentos móveis da Caixa, com acesso a serviços e ocorreu agora no mês de dezembro o pagamento do Auxílio Brasil, com o mínimo de R$ 400 para todos os beneficiários, dentro do calendário regular do programa, que começou no dia 10 e concluiu no dia 23 de dezembro”, elencou o ministro. 

Inscrever-se
Notificar de
0 Comentários
mais recentes
mais antigos Mais votado
Feedbacks embutidos
Ver todos os comentários