Saúde

Exposição crônica ao sol aumenta chances de contrair o câncer de pele, alerta dermatologista

A Sociedade Brasileira de Dermatologia realizou neste mês a campanha Dezembro Laranja.

Laiane Cruz

Com a chegada do verão, é comum que a população esteja mais exposta aos raios ultravioletas, principalmente devido a uma procura maior por praias e espaços ao ar livre. Pensando em trazer um alerta sobre os riscos da exposição crônica ao sol, a Sociedade Brasileira de Dermatologia realizou neste mês a campanha Dezembro Laranja. 

Este ano, o slogan da campanha foi ‘Vamos adicionar um maior fator de proteção ao seu verão’, e teve por objetivo alertar sobre os fatores que podem levar ao câncer de pele, bem como orientar acerca do diagnóstico e tratamento precoces. Apesar da campanha Dezembro Laranja já estar no final, o alerta acerca dos cuidados com a pele permanece, sobretudo devido à elevação das temperaturas nos próximos meses. 

De acordo com a dermatologista Larissa Alves de Oliveira Abreu, todos os anos mais de 170 mil novos casos de câncer de pele são diagnosticados no país. Em geral, a doença acomete pessoas mais idosas. No entanto, tem-se observado uma incidência maior de casos na população mais jovem.

“O câncer é a proliferação exacerbada das células e pode ser de três tipos: o não melanoma, que pode ser o basocelular ou espinocelular, sendo o primeiro o mais comum. O menos comum é o melanoma, que é o mais agressivo de todos. O principal fator de risco é a exposição solar crônica”, informou a médica.

Foto: Ed Santos/ Acorda Cidade
 

Sinais

Ela alertou que os sinais se dão através do aparecimento de manchas pelo corpo, com características variáveis.

“Se o paciente notar alteração da cor de alguma manchinha é muito importante que ele recorra ao médico para avaliar se essa é uma mudança maligna ou não. Os tipos de sinais são muito variáveis. Temos as névoas, que são carocinhos, as máculas, que são as manchinhas, e é importante a gente avaliar se essas alterações modificaram a simetria, a borda, o diâmetro ou se houve alguma evolução muito diferente dos últimos meses. Como o principal fator desencadeante da lesão maligna é a exposição crônica, o público mais atingido é a população mais idosa. Entretanto, vem nos preocupando muito nos últimos anos o surgimento de lesões malignas no público jovem”, alertou.

Conforme a especialista, esse tipo de câncer não apresenta sintomas em sua fase inicial. Quando há o surgimento de sintomas, significa que a doença já se espalhou pelo corpo e entre os órgãos, a denominada metástase.

Por isso, o Dezembro Laranja surgiu com o propósito de alertar a população sobre a importância da auto análise e a realização de um diagnóstico precoce do câncer, para uma maior chance de cura.

“Nesse Dezembro Laranja sempre orientamos a questão do auto exame com o ABCDE, onde o A se refere à assimetria. A gente divide a lesão ao meio e um lado tem que estar igual ao outro. B de bordas, que precisam estar regulares, e se o paciente ver qualquer irregularidade nas bordas precisa procurar o médico. O C é a cor, que deve ser uniforme e por isso é importante que o paciente esteja sempre acompanhando as lesões a fim de identificar qualquer alteração. O D é o diâmetro, para observar alguma alteração desse número, e o E é a evolução, pois se houver qualquer alteração abrupta da lesão ao longo dos meses é importante que o paciente identifique e procure o médico. Como é uma lesão que tem cura, é muito importante que o paciente descubra no início, para que o médico possa realizar a proposta de tratamento. Se for cirúrgica, realizar a cirurgia, então é necessário que isso seja feito precocemente para que o paciente não sofra com a metástase”, aconselhou.

Foto: Ed Santos/ Acorda Cidade
 

Proteção contra os raios solares

A dermatologista Larissa Alves destacou ainda a importância dos instrumentos de proteção contra os raios ultravioletas provenientes do sol, sendo o principal o protetor solar, corporal e facial.

“O público precisa ter uma preocupação maior com o uso do protetor solar e outros adereços como bonés, chapéus, roupas e óculos com proteção ultravioleta. Pacientes com pele mais clara têm maior propensão para o desenvolvimento de lesões malignas. No entanto, isso não significa que pessoas com pele negra devam ter cuidados menores. Os cuidados devem ser os mesmos para ambos os tipos. O uso do protetor solar deve ser com no mínimo fator 30. A reaplicação deve ser feita em ambiente aberto a cada duas horas, e em ambiente fechado, a cada quatro horas. Estamos diante do verão, a partir do dia 21, que está chegando com tudo”, salientou.

Quanto ao uso do protetor solar facial, a médica recomendou que o paciente observe componentes específicos da fórmula próprios para cada tipo de pele: oleosas, mistas ou secas. Uma possibilidade para peles com maior propensão a manchas é o uso do protetor solar facial com base, que também protege da luz visível, como a de computadores e do celular.

“É importante avaliar a marca do protetor, o fator de proteção e a colocação com base. O melhor horário para exposição ao sol é até as 10h da manhã e a partir das 16h. Nesse intervalo é quando temos o maior nível de radiação e maior risco de lesões. Estamos num período maior de radiação, estamos num país tropical, onde a incidência é ainda maior, e o câncer de pele pode ser prevenido e tratado.”
 

Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade 

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