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Estudantes do 3º Ano e suas famílias viveram momentos de grande emoção durante a Entrega da Caneta e o encerramento do projeto Vivendo Feira: Ontem Hoje e Sempre. Foram duas noites que ficaram na história da nossa Princesa do Sertão, apelido carinhoso dado pelo polivalente Rui Barbosa (1849-1923) durante visita ao município feirense, em 1919. Antes de receber a tão esperada caneta, cada criança acompanhou sua professora até a sala de aula, onde uma surpresa esperava por elas.
Lara Sousa, que participou da segunda noite festiva, realizadas nos dias 7 e 8 de dezembro, contou um pouco do que esperava por ela e seus colegas. “A sala estava toda decorada com flores e tinha uma caixa com muitas coisas boas da nossa história”, disse. A caixa que a aluna cita é preparada pela família de cada um deles e nela estão itens como fotos da trajetória de vida do estudante e cartinhas de amor. A pequena estava muito feliz com a caixa e também com a caneta. Ela acrescentou que já vinha treinando escrever utilizando caneta. “Ficou mais ou menos [a escrita], mas vou melhorar”, enfatizou Lara.
Os pais da aluna, Zilson Sousa e Rosinete Melo, vibraram com a conquista dela. “Este é momento de muita gratidão a Deus, aos professores e à escola. É momento de vermos que as crianças estão sendo bem conduzidas. Tenho certeza que essa passagem para a escrita com caneta é muito significativa para Lara e sei que ela vai escrever muitas histórias bonitas de aprendizagem”, declarou a mãe. Integrante da Nossa Direção, professora Cássia Braz também destacou da importância do momento. “Nossa Escola acredita no valor dos ritos de passagem. A ciência nos mostra que eles são muito importantes. Os orientais e os indígenas, por exemplo, têm os ritos inseridos na sua cultura. Com a caneta, nossos estudantes ‘escreverão o mundo’”, afirmou.
O outro momento da noite foi o encerramento do tradicional projeto Vivendo Feira: Ontem, Hoje e Sempre, que envolve as disciplinas de História, Geografia e Língua Portuguesa. Nele, os alunos produziram um Guia de Viagem sobre os distritos de Feira de Santana e homenagearam a Princesa do Sertão. Um dos autores do Guia foi Pedro Henrique Freire. “Foi emocionante. Me diverti muito e aprendi muitas coisas sobre os distritos e a cidade feirenses. Está sendo muito legal ter meus pais aqui, para eles verem como eu e meus colegas fizemos nosso trabalho, verem como a gente se esforçou”, disse o estudante, que estava com a mãe, Araci Freire, e o pai, Manoel Freire, todos com trajes típicos da cultura sertaneja.
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“Está tudo maravilhoso. O encerramento demonstra todo o trabalho, desde o comecinho até agora. Vivemos tempos desafiadores, mas com a gente acompanhando nosso filho em casa e a escola fazendo o trabalho dela, a parceria deu certo e continuará dando certo”, destacou Araci Freire, toda orgulhosa com o desempenho do pequeno. Durante o evento, as crianças, com suas famílias, cantaram o Hino à Feira, de Georgina Erismann (1893–1940). Os alunos também fizeram coreografia e cantaram ‘Santana dos Olhos d´Água’, de Daniela Mercury, e ‘Brasil Feirense’, composta por Celiah Zaiin, que estava caracterizada de Maria Quitéria (1792–1853), heroína feirense de grande importância nas independências da Bahia e do Brasil. A artista comandou o número musical nos dois dias do evento, sendo que as turmas se apresentaram em dias diferentes, para evitar aglomerações.
O Vivendo Feira é iniciativa pioneira da Nossa Escola e coloca nossos estudantes em contato direto com aspectos relevantes da cidade, tais como economia e cultura. “Por meio das reflexões e vivências propostas pelo projeto, as crianças entendem, também, que um povo sem memória não tem identidade. Com isso, elas, além de conhecerem melhor a história do local onde vivem, se reconhecem como agentes transformadores do município”, contou a integrante da coordenação do Ensino Fundamental I, professora Karine Oliveira.
No decorrer do ano, várias ações são desenvolvidas através do Vivendo Feira, a exemplo da Expedição Histórica, quando alunos e professoras visitam presencialmente pontos importantes para a história da cidade. Devido à pandemia, as crianças visitaram alguns locais de forma individual com suas famílias e gravaram um vídeo que foi divulgado em 18 de setembro de 2021, quando Feira de Santana completou 188 anos de emancipação. Outros componentes do projeto são biografias que as crianças, junto com suas famílias, fazem de pessoas que contribuem ou contribuíram para o bem do município, personalidades essas que integram a rotina local sem necessariamente ocuparem cargos públicos de destaque, por exemplo.
Um dos biografados foi o último ex-combatente de Feira de Santana na 2ª Guerra Mundial, Antônio Moreira, mais conhecido como Antônio do Lajedinho, falecido em maio deste ano aos 95 anos. O ex-combatente, para quem “uma terra sem memória é como um corpo sem cabeça”, recebeu homenagem póstuma através de sua família. Emocionada, a viúva dele, Célia Ferreira, agradeceu à escola pela homenagem. Professora Cássia Braz enfatizou que o homenageado trazia Feira de Santana na alma e que a história local deve ser perpetuada.
