Dezembro vermelho

Centro Municipal de Referência ofertará tratamento preventivo contra o vírus do HIV a partir de 2022

A coordenadora da unidade, Vanessa Sampaio, ressaltou que para receber o tratamento preventivo é preciso que as pessoas que fazem parte do público-alvo procurem o Centro de Referência.

Laiane Cruz

Está em fase de implantação no Centro Municipal de Referência em Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST), em Feira de Santana, o Programa de Profilaxia Pré-Exposição (Prep) ao vírus do HIV. De acordo com a coordenadora da unidade, Vanessa Sampaio, o programa inovador é destinado a populações chave, para o tratamento preventivo.

“A gente está em fase de implantação, para que a gente possa receber esses pacientes, e realizando treinamento profissional. A profilaxia pré-exposição é um grande avanço na ciência, na prevenção do HIV/Aids. É um tratamento contínuo para que se evite contrair o vírus. Vai ser ofertado para as populações chaves, que são travestis, transexuais, HSH (Homens que fazem sexo com homens), profissionais do sexo e pessoas privadas de liberdade”, explicou Vanessa Sampaio.

Foto: Ney Silva/Acorda Cidade
 

Ela ressaltou que para receber o tratamento preventivo é preciso que as pessoas que fazem parte do público-alvo procurem o Centro de Referência, que irá iniciar o preenchimento de formulários. A expectativa, segundo a coordenadora, é que a partir de 2022, já passe a ser ofertado.

“Ele é um tratamento de prevenção contínua, para não contrair o vírus do HIV. Só que a gente alerta à população e às pessoas que vão ter interesse e vão se dirigir à nossa unidade que esse tratamento é apenas para o HIV/ Aids. Então a gente não pode excluir o uso do preservativo. Por isso que a gente fala de prevenção combinada, e a gente vai aqui estar orientando o paciente para combinar os métodos de prevenção, para ter de forma mais eficaz”, explicou.

Dezembro Vermelho

Além da implantação do tratamento preventivo ao HIV/Aids, o centro de referência também está ampliando a testagem rápida para toda a população, assim como o tratamento pós-exposição ao vírus.

“O tratamento pós-exposição é muito utilizado em casos de violência sexual, acidente ocupacional, e é importante que as pessoas saibam que relação sexual consentida também pode fazer o uso da PEP (Profilaxia Pós-Exposição), caso a pessoa desconfie que o parceiro possa ter o vírus do HIV ou a camisinha estourou. Ela pode vir à unidade, dentro de 72 horas, para utilizar essa medicação antirretroviral para evitar que ela venha contrair o vírus do HIV.”

O tratamento profilático é feito de forma gratuita tanto no centro de referência, em horário comercial, quanto nas Upas da Queimadinha e Mangabeira. Também é realizado no Hospital Geral Clériston Andrade (HGCA) e no Hospital Estadual da Criança (HEC), para menores de 15 anos.

“Também durante esse mês vamos fazer um dia D nas unidades básicas de saúde e nas Unidades de Saúde da Família. Então fiquem atentos para o posto do bairro, que lá vai ter o dia D de testagem, onde será ofertado o teste para HIV, que é um teste rápido e com 15 minutos a gente recebe esse resultado. Fora isso, a gente está junto com a Secretaria de Saúde, com a Prefeitura, em todas as ações relacionadas ao público esse mês, ou seja, ação da Policlínica da Rua Nova, que a gente vai ter no dia 4, no dia 4 também vai ter itinerantes em Jaíba, e no dia 5, em Bonfim de feira, então fiquem atentos para realização do teste do HIV”, alertou Vanessa Sampaio.

Ela ressaltou que após o início da pandemia, o acesso ao resultado do teste ficou mais fácil, o que diminuiu também a evasão de pessoas que não retornavam para pegar o resultado.

“O paciente realizava o teste de HIV/ Aids e vinha buscar o resultado com 15 dias. O Ministério da Saúde já vinha estimulando todos os serviços municipais para ofertar testes rápidos para todos os pacientes, e durante a pandemia a gente precisou fazer isso para evitar que os pacientes saíssem de casa duas vezes. Então ele vinha e já saia com o resultado. Isso favoreceu muito, porque não existe mais evasão, de pacientes que não vêm pegar o resultado. Hoje, com 15 minutos realiza o teste e recebe o resultado.”

Estabilidade de casos

Com relação ao número de casos confirmados de HIV/ Aids anualmente em Feira de Santana, a coordenadora informou que há estabilidade. No ano de 2019, foram 313 casos novos. Em 2020, 280 casos. E agora em 2021, até novembro, 294 novos casos.

“Pode ser que aumente até dezembro e fique em torno de 313 ou 315, que é uma média mensal que a gente tem. E hoje a gente acompanha 3.441 pessoas que vivem com o HIV em Feira, sendo que essas pessoas são aquelas que não recebem alta, que continuam fazendo o tratamento, aderindo à medicação. E temos também as outras ISTs e as Hepatites Virais, que os pacientes vêm fazer o tratamento.”

Já com relação ao perfil desses pacientes, Vanessa Sampaio afirmou que geralmente são do sexo masculino, em idade reprodutiva de 20 a 39 anos, pessoas heterossexuais, e de ensino médio completo.

“Então a gente percebe que essa é uma face do HIV em Feira de Santana, não deixando de dar importância ao aumento de casos em mulheres, em idosos. E é importante a gente frisar que a mulher precisa ter sua autonomia em negociação ao uso do preservativo. O idoso também precisa entender a importância da prevenção, pois com o uso dos estimulantes sexuais, a gente vem percebendo que vem sendo mais frequentes as relações sexuais na terceira idade, e essas pessoas precisam estar atentas à necessidade da utilização do preservativo”, aconselhou.

O Centro Municipal de Referência em IST/HIV/AIDS funciona no Centro de Saúde Especializado Dr. Leone Coelho Leda, na rua Professor Geminiano Costa, Centro.

Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade.

Leia também: Mais de 200 pessoas foram diagnosticadas com o vírus HIV neste ano em Feira de Santana
  

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