Gabriel Gonçalves
O Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Feira de Santana (STR) agora conta com uma nova comissão, que foi criada para fortalecer as lutas constantes que são enfrentadas pela categoria. Ao Acorda Cidade, Adriana Lima, que faz parte da diretoria do STR, explicou que a Comissão da Juventude, tem como principal papel, dar oportunidades aos jovens que atuam no campo rural, em busca de uma transformação dentro da zona rural.
Adriana Lima | Foto: Ney Silva/Acorda Cidade
"A nossa diretoria não anda sozinha, ela anda junto com os principais autores que é a juventude. Então esta comissão é formada por vários jovens do meio rural e também do meio urbano, para unificar o nosso pensamento e atingir nossos objetivos. Hoje, apesar do Sindicato estar centralizado na sede da cidade, existe uma atuação muito grande no meio rural e no meio urbano também. Infelizmente existem muitas dificuldades a serem enfrentadas, ainda mais sem o acesso às políticas públicas, por isso, nosso objetivo é buscar um resultado e que possamos construir um trabalho junto à juventude para que haja uma transformação, porque muitos dos jovens não querem sair aqui do campo rural, mas eles precisam ter condições para permanecerem ao exemplo de educação e outras estruturas", destacou.
A Comissão foi criada em maio deste ano e é composta por jovens de todos os distritos de Feira de Santana.
De acordo com Brenda Santos de Souza, integrante da comissão, algumas das principais atividades realizadas dentro do grupo criado, são planejar e executar ações com o foco na vida dos jovens, que estão diretamente ligados à zona rural.
"A gente vem percebendo que a juventude tem ficado um pouco apartada dos movimentos sociais dessas questões mais políticas, então o Sindicato teve esse objetivo de chegar junto e trabalhar na organização e mobilização da juventude. Nós planejamos e executamos ações com o foco nos jovens, para que eles possam participar mais dos movimentos sociais", disse.
Como primeira ação realizada pela comissão, os representantes construíram um questionário de forma online destinada aos jovens, com assuntos relacionados às políticas públicas. Uma nova reunião será feita no mês de dezembro.
"Em nosso primeiro encontro que aconteceu no mês de maio, foi pensada qual seria a primeira ação realizada pela comissão e como ainda não temos o conhecimento das realidades diversas da juventude feirense, então, a gente precisava conhecer um pouco mais esse público. Decidimos fazer uma campanha de escuta, ela foi realizada entres os meses de agosto e setembro de maneira online com vários questionamentos e perguntas destinadas a estes jovens sobre o entendimento das políticas públicas. Já estamos com estes relatórios em mãos e agora vamos dar um feedback de forma presencial no próximo mês, dezembro, quando teremos uma nova reunião e planejar as novas ações que serão realizadas em 2022", explicou.
Brenda Santos Ney Silva/Acorda Cidade
Para Brenda, a categoria da agricultura familiar pede socorro há anos, e pela falta de um olhar mais atento para o homem e mulher do campo, o êxodo rural por parte dos jovens, aumenta a cada dia.
"A gente tem uma situação bastante complexa com relação à juventude porque existe um grande afastamento, uma dificuldade desse grupo estar trabalhando dentro da agricultura familiar, porque essa categoria pede socorro há anos e vem sofrendo cada vez mais. Temos presente, a questão do êxodo rural, onde os jovens saem do campo para a cidade em busca de emprego, porque hoje em dia para conseguir se sustentar através da agricultura, está ficando difícil e as políticas públicas são poucas para estes homens e mulheres do campo. Por esses e outros motivos, existe um certo preconceito e a juventude se afasta", declarou.
Formada em Licenciatura em Educação do Campo pela UFRB, Brenda destacou em entrevista durante a Acorda Cidade que existe uma escassez do incentivo financeiro até que chegue aos produtores da zona rural.
"Tem sido muito escassa as políticas públicas voltadas para o espaço do campo, especialmente para aqueles que valorizam a agricultura familiar e que tragam um incentivo financeiro a todos os produtores, para que consigam produzir. É inevitável, mas às vezes temos um clima muito difícil, um período de estiagem longo e a água é outro empecilho, grande problema para a terra dos agricultores. Acredito que estes poderes públicos deveriam estar mais próximos dos trabalhadores, porque é a agricultura familiar que sustenta o campo e a cidade", concluiu.
Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade