Júri

Três acusados de matar mulher em Feira de Santana são absolvidos

Insatisfeito com a decisão, o Ministério Público através da promotoria, recorreu.

Andrea Trindade

Com policiamento reforçado, foi a julgamento na quarta-feira (10), no Fórum Desembargador Filinto Bastos, Leone Santos Costa, o Leone do Pela Porco ou Leone do Pânico, Lucas Matos dos Santos, conhecido como Burro Falante, e Wenderson Queiroz dos Santos, o Gardenal.

Foto: Aldo Matos/Acorda Cidade

Os três foram absolvidos pelo Conselho de Justiça da acusação do homicídio que vitimou Cristina Maria da Paz Santos, no dia 22 de julho de 2017. Conforme a denúncia do Ministério Público, os acusados acompanhados de um adolescente teriam praticado o crime no quarto de uma residência na Rua Belo Horizonte, na localidade Pela Porco, no bairro Jardim Acácia.

A denúncia do MP destaca que Leone Santos Costa é um famoso traficante de drogas em Feira de Santana e região. Acusado de vários homicídios, ele integrava a lista de procurados no Baralho do Crime elaborada pela Secretaria de Segurança Pública da Bahia.

Fotos: Aldo Matos/Acorda Cidade

O advogado de Wenderson, Guilherme Bitencourt, disse ao Acorda Cidade que esperava a absolvição do réu.

“Nós trabalhamos incessantemente com a ausência de autoria porque nesses fatos, Wendeson, em momento algum, nem em sede inquisitorial, delegacia ou em sede de juízo, ele é citado pelos outros acusados. Esperava sim que ele fosse absolvido, apesar de ser uma tese difícil, que é a tese de ausência de autoria, esperava justamente pelo fato de ele não ser citado em nenhuma fase inquisitorial. Apenas por ouvir dizer ele foi imputado a esse crime. É um caso muito complicado, até porque um dos réus é condenado em outros diversos homicídios, em um caso de repercussão por conta do réu, que a promotoria disse que supostamente mandou cometer o crime. Foi sim um júri muito complicado, mas em relação ao Wenderson eu tinha esperança dessa absolvição”, declarou.

Wenderson já esteve preso por acusação de latrocínio (roubo seguido de morte) e homicídio.

Foto: Aldo Matos/Acorda Cidade

A defensora pública Renata Santos, constituída para defender Leone Costa, informou que ficou satisfeita com a decisão. Apesar da absolvição, Leone continuará preso porque responde a outros processos, um deles em Aracaju.

“Cada processo é único e a gente trabalha individualmente analisando cada um deles. A defensoria pública sai satisfeita porque os jurados acolheram a tese defendida pela Defensoria Pública em relação a Leone que foi a de ausência de autoria, então, neste processo a gente sai satisfeito com a decisão soberana do Conselho de Sentença. Ele segue preso tanto pelo processo em Aracaju quanto preventivamente por esta Vara do Júri, com relação a outro processo”, informou a defensora ao Acorda Cidade.

Foto: Aldo Matos/Acorda Cidade

A defensora pública Manuela Passos, constituída para defender Lucas Matos, disse que diante da ausência de provas robustas, os jurados decidiram pela absolvição do mesmo.

“A tese principal da defensoria foi de negativa de autoria por entender que o conjunto probatório era frágil. Não existiam provas robustas produzidas ao crivo do contraditório e ao final, os jurados entenderam pela absolvição dos acusados. O único elemento de informação foram as declarações colhidas em sede de inquérito, que não foram comprovadas em juízo, razão pela qual a defesa pugnou pela aplicação do princípio In dubio pro reo”, explicou.

Foto: Aldo Matos/Acorda Cidade

A promotora de Justiça Semiana Cardoso informou ao Acorda Cidade que recorreu da decisão.

“O Ministério Público esperava a condenação, por entender que tinha provas sim, suficientes, porque o réu confessou na delegacia em detalhes o crime, razão pela qual o Ministério Público está muito insatisfeito com o resultado. É difícil saber o que pode ter influenciado no julgamento, mas pela percepção do Ministério Público, os jurados acolheram a tese de que eles não cometeram o crime, apesar das provas dizerem o contrário. O Ministério Público já recorreu em plenário e vamos apresentar as razões para ir ao Tribunal de Justiça para que haja um novo julgamento”, declarou.

Foto: Aldo Matos/Acorda Cidade

O júri foi presidido pela Juíza Márcia Simões Costa, Titular da Vara do Júri de Feira de Santana.

Com informações do repórter Aldo Matos do Acorda Cidade

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