Feira de Santana

Corpo de Bombeiros reinicia buscas por homem levado por correnteza na Ponte do Rio Branco

Algumas pessoas tentaram ajudar o vendedor, mas a água veio com força e ele não conseguiu continuar segurando.

Laiane Cruz

A equipe do 2º Grupamento de Bombeiro Militar (2º BPM) reiniciou as buscas, na manhã desta terça-feira (9), pelo homem que foi levado ontem (8) por uma enxurrada, quando tentava atravessar a Ponte do Rio Branco, no bairro Campo do Gado Novo, em Feira de Santana.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

Carlos Antônio Santana de Jesus tinha 37 anos e morava com um irmão no bairro Pampalona. Ele tentou atravessar a ponte sobre o rio para levar alguns pacotes de cremosinho para o outro lado, a fim de guardá-los no freezer em um bar.

Vídeos foram gravados e circularam nas redes sociais na segunda-feira (8), mostrando o momento em que Carlos Antônio é levado pela forte correnteza. Ontem mesmo, o Corpo de Bombeiros esteve no local com uma equipe de mergulho, para fazer as buscas, mas a força das águas impediu o trabalho das equipes.

De acordo com o irmão da vítima, Valdomiro de Jesus Santos, quando Carlos Antônio já estava na metade do caminho, uma forte enxurrada o arrastou levando-o em direção ao rio.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

“Meu irmão trabalhava com cremosinho. Ele foi atravessar de um lado para outro para guardar uns cremosinhos em um freezer que ele tinha lá no bar. O pessoal avisou para ele não ir, mas ele já era acostumado a atravessar e já tinha ido e voltado pela manhã. Mas quando ele chegou no meio da ponte, foi surpreendido com a água e o derrubou. A água veio de vez passando pela ponte, por debaixo tem umas bocas de lobo, e quando cria a pressão a água sobe.”

Algumas pessoas tentaram ajudar o vendedor, mas a água veio com força e ele não conseguiu continuar segurando. “Ele segurou, tentaram ajudar, mas infelizmente a água levou. Ele sempre teve costume de passar, todo domingo e todo feriado estava aqui. Ele não tinha experiência, não sabia nadar. Trabalhava também no centro como carregador, era trabalhador. Morava comigo no quarto do fundo da casa de nossa mãe”, afirmou.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

Outro irmão da vítima, Nivaldo Ferreira disse que quando Carlos Antônio tentou atravessar, a água ainda estava na altura do joelho e que a enxurrada veio de repente.

“O pessoal da barraca tentou ajudar, um rapaz jogou uma corda para ele se amarrar, mas não teve como. Quando ele pegou na corda, a mão escorregou do trilho da ponte e a água levou. Foi uma fatalidade. Ele sempre passava pelo local, e a maioria das vezes deixava o carrinho na barraca, quando a água estava baixa”, relatou.

Ainda conforme Nivaldo, os amigos tentaram impedi-lo de atravessar a ponte naquele momento , mas ele insistiu, dizendo que já conhecia o local.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

“Quando chove, a água do rio sempre transborda sobre a ponte. Já teve chuva aqui. A ponte velha que tinha aqui desabou, tinha mais de cinco metros de altura e a água passava por cima da ponte.”

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

O mergulhador ribeirinho Regivaldo Santana da Silva, 44 anos, que é frequentador da área, falou sobre a dificuldade de se encontrar um corpo levado pelas águas. Segundo ele, é difícil mergulhar com a força da correnteza e somente quando as águas baixarem, há mais chances de se encontrar.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

“Não é como a água parada que o corpo desce, então fica ali. Aqui a água vai levar e não temos certeza com quantos metros vão achar o corpo, porém no local não fica. Pode ser que agarre em algum galho ou se tiver pedra pode estar enganchado. Mas é provável mesmo só quando a água baixar. Na água corrente não se enxerga nada. Disseram que ele se afogou no meio, e a água tirou. Há algum tempo salvei uma pessoa nesse local, quando estava atravessando e eu tirei da ponte velha. Mas mudou muito também o estado do rio”, avaliou. 

 

Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade. 

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