Outubro Rosa

Administradora conta sobre descoberta do câncer de mama na gestação

Ela contou ao Acorda Cidade como foi passar por esta experiência, que lhe tornou uma mulher mais forte.

Rachel Pinto

Neste dia 31, último dia do mês que celebra a campanha Outubro Rosa, uma história de muita fé e resiliência marca a data, como também a importância da prevenção e do tratamento da doença. É a história da administradora, Gláucia Miranda dos Santos, de 32 anos. Ela descobriu o câncer de mama aos seis meses de gestação do primeiro filho e contou ao Acorda Cidade como foi passar por esta experiência, que lhe tornou uma mulher mais forte.

Gláucia ia a todas as consultas do pré-natal, estava tudo bem com a gravidez, os planos com a chegada do bebê estavam a todo vapor, até que ao sexto mês de gravidez, durante o banho, através do autoexame, percebeu um nódulo no seio esquerdo. Ela contou que prontamente comunicou à sua obstetra e assim passou por uma consulta de avaliação. Para melhor investigação, foi encaminhada então para um mastologista, onde foram pedidos os exames de ultrassom, biópsia e logo constatado o câncer de mama no estágio inicial.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

“A principal preocupação era com meu bebê, é o meu primeiro filho, queria saber se sairia tudo bem, se a gestação teria alguma influência por conta disso, do tratamento que viria depois. Graças a Deus o tratamento foi tranquilo, apesar da preocupação, os médicos me tranquilizaram, disseram que por conta de que ele estava todo formadinho, não teria problema iniciar o tratamento com a quimioterapia. Fiz quatro sessões de quimioterapia ainda grávida. Não tive reações muito fortes como geralmente as pessoas têm, consegui realizar as 4 sessões antes do parto. Tive algumas intercorrências, como mal estar comum da gravidez mesmo, que se intensificaram um pouquinho com as reações dos medicamentos mas nada muito grave, nem de sensação muito ruim”, disse.

A administradora manteve a calma, a fé e buscou seguir todas as orientações médicas durante o tratamento. Para ela, o fato de ter acompanhado a mãe que teve câncer de mama há oito anos e hoje está curada, ajudou a vivenciar o processo com mais tranquilidade, assim como foi de fundamental importância todo o apoio que recebeu do esposo e dos pais. O sonho de ter seu bebê era o que mais almejava e isto lhe deu forças para pensar positivo e seguir em frente.

“Minha mãe também já tinha passado por isso, então ela me tranquilizou, ela já está curada, então eu sabia que pra mim também não seria diferente. O mais difícil é fazer a quimioterapia grávida, porque querendo ou não, mesmo a gente sabendo que não vai acontecer nada com o bebê, a gente fica com essa preocupação. A gente só fica tranquila quando ele nasce, quando a gente vê que ele está perfeitinho, saudável. Ele é do jeito que eu imaginei e, correu tudo bem”, acrescentou.

Com a quimioterapia, Gláucia perdeu cabelo, ficou careca logo após alguns dias da primeira sessão e com o nascimento do filho continua em tratamento, mas o cabelo já começa a crescer. Assim como o cabelo, cresce a cada dia o amor pelo pequeno Benício que recentemente completou dois meses. Benício quer dizer abençoado e assim faz jus ao significado do seu nome. Pois em meio à turbulência, chegou cheio de saúde e trazendo, muitas bençãos, esperança e alegria para toda a família.

Para Gláucia, um dos sucessos do seu tratamento foi principalmente a descoberta da doença no início. Ela recomendou que as mulheres façam o autoexame e ao notarem qualquer coisa de diferente procurem um médico.

“Quanto mais cedo se descobre, maior a chance de cura, é importante a mulher se tocar, fazer o autoexame, não ter medo de procurar o médico. Quanto mais cedo a descoberta, melhor vai ser o tratamento e a sua eficácia”, alertou

A médica ginecologista e obstetra, Carmem Silvana Carvalho, que acompanha Gláucia, confirmou que as chances de cura e do sucesso no tratamento do câncer de mama quando é identificado na fase inicial, são grandes.

Foto: Reprodução | Equipe médica e paciente se empenharam para a chegada de Benício

“O acompanhamento médico é essencial, é um passo a passo. O diagnóstico quando mais cedo melhor, o autoexame é o primeiro passo e a partir do momento que se descobre alguma coisa, não se deve ter medo de correr atrás e procurar um médico. É ele que conhece o que ele está tratando e é uma maneira mais fácil de trabalhar junto e conseguir um objetivo melhor”, pontuou.

No acompanhamento de Gláucia, a médica destacou que da mesma forma que a paciente manteve a tranquilidade, também adotou a mesma postura. Trabalharam juntas e com muito empenho para a chegada de Benício.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

“Fizemos um planejamento e com esse olhar tranquilo entre paciente e médico, estávamos juntas nisso. Fiz uma amizade muito grande com o oncologista dela porque a gente precisava conversar muito, para planejar o parto, para que fosse o mais breve possível e que desse segurança a ela, e ao bebê, a equipe estava preparada e Benício nasceu lindo, forte, maravilhoso. Trabalhar com o câncer para quem faz obstetrícia não é uma coisa muito comum, mas a gente se sente amparado por Deus. Ele dá uma força muito grande e a gente vê a paciente melhorar, ver que está ficando bem, se curando que a gente fez o caminho certo, isso dá um orgulho muito grande”, afirmou.

Carmem Silvana enfatizou que embora o mês de outubro simbolize a campanha de prevenção ao câncer de mama, é importante estar alerta para a doença em qualquer período do ano. Pois, não há data para ele se apresentar e as pacientes e também os homens, já que a doença também pode surgir neles, quanto mais estiverem atentos e em busca de exames e do diagnóstico, surgirão bons resultados.

Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade.

Inscrever-se
Notificar de
0 Comentários
mais recentes
mais antigos Mais votado
Feedbacks embutidos
Ver todos os comentários