Gabriel Gonçalves
Sem condições financeiras para continuar atuando no município de Feira de Santana, a empresa Rosa solicitou na tarde de ontem (27) à Justiça, a rescisão imediata do contrato de concessão.
Entre os diversos problemas apontados e constantemente noticiados, a Rosa tem sempre alegado dificuldades para arcar com os custo operacionais.
Em entrevista ao Programa Acorda Cidade na manhã desta quinta-feira (28), o prefeito Colbert Martins, declarou que será realizada uma reunião ainda na manhã de hoje com uma comissão da prefeitura para decidir o que poderá ser feito.
"Nós ficamos sabendo desta decisão ontem através do Acorda Cidade, que sempre com muita qualidade, traz informações seguras, mas daqui a pouco estarei me reunindo com o procurador Moura Pinho, o secretário de Planejamento Carlos Brito, secretário de Transportes Saulo e o secretário da Fazenda Expedito, para tomarmos um conhecimento melhor. Eu sei que é uma crise fortíssima, disso eu não tenho a menor dúvida, ainda mais com o impacto na economia, preço do combustível e isso é uma bola de neve que cresce cada dia mais. Portanto, temos um problema para ser resolvido, temos que ter calma, serenidade, para resolver essa questão específica e claro, a garantia dos empregos dos mais de 600 colaboradores que estão nessa empresa que pediu a rescisão do seu contrato", afirmou.
De acordo com o prefeito, após início da pandemia da Covid-19, houve uma grande redução do número de passageiros, reduzindo para cerca de 50%, não sendo um problema particular do município, mas algo que está acontecendo em demais cidades do Brasil.
"Em fevereiro de 2020, o transporte estava com cerca de 90 mil passageiros por dia e do final do ano passado até junho, julho deste ano, não se chegou a 43 mil. Existe uma queda imensa, principalmente nesse período de março do ano passado para cá em virtude da pandemia. É válido destacar que isso está acontecendo em outras cidades aqui do Brasil, como estamos vendo em Salvador, que está tendo problemas e também em Alagoinhas, teve em Vitória da Conquista, Itabuna, Camaçari, Salvador, então a gente enfrenta esse problema do transporte público e ainda mais com o agravamento do diesel. Esse momento, temos que buscar uma nova alternativa que seja adequada para atender às pessoas e ao mesmo tempo, no caso daqui de Feira de Santana, a garantia dos empregos", declarou.
Para o prefeito, a possibilidade do município subsidiar o transporte público, ainda não é possível.
"Nós temos a alternativa de buscar outras pessoas que queiram operar na cidade, o que ainda não podemos discutir e nem ter essa alternativa nesse momento, é a questão do subsídio, porque em caso contrário, nós vamos ter que tirar do investimento público e isso não é viável. Aqui em Feira por exemplo, nós temos uma empresa que trabalha com transporte coletivo urbano, porém ela venceu uma licitação no Pará e deslocou cerca de 50 veículos para lá. Continuamos nessa busca de alternativas e no período que eu estive em Brasília, estive com o presidente do Senado, com o presidente da Câmara e a perspectiva é que as gratuidades possam ser pagas pelo setor público aquelas pessoas que possuem mais de 65 anos de idade. O que é mais importante no meu entendimento, é manter os transportes funcionando para evitar as atividades dos clandestinos, uma questão que precisamos da ajuda, principalmente do Ministério Público, para conter este tipo de transporte, que é outro fato que contribuiu para estes acontecimentos", concluiu.
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