Feira de Santana

Funcionários da Policlínica do Feira X reclamam de atraso nos salários

Na manhã desta quinta-feira (21), um grupo se reuniu em frente à unidade de saúde, e em entrevista ao Acorda Cidade, fez um apelo para que o pagamento fosse efetuado.

Laiane Cruz

Cerca de 150 funcionários terceirizados da Policlínica do Conjunto Feira X estão com os salários atrasados há mais de 20 dias. Os trabalhadores são contratados pela empresa Imaps, que presta serviços à prefeitura de Feira de Santana.

Na manhã desta quinta-feira (21), um grupo se reuniu em frente à unidade de saúde, e em entrevista ao Acorda Cidade, fez um apelo para que o pagamento fosse efetuado.

Segundo Gustavo Neves de Oliveira, que trabalha no setor administrativo da policlínica, essa situação vem ocorrendo todos os meses.

“O correto da empresa é pagar até o quinto dia útil do mês, e a empresa já vem atrasando mensalmente. No mês passado, recebemos dia 12, e esse mês até agora a gente não tem nenhuma resposta. Ligamos para a empresa e eles não nos dão nenhuma posição. A gente liga para a Secretaria de Saúde e não nos atende, e a coordenação da prefeitura também não nos dá nenhuma assistência”, afirmou.

Ele declarou ainda que muitos funcionários estão sem condições de comparecer ao trabalho, por falta do dinheiro do transporte, além das contas que estão todas atrasadas.

“Tem pais que precisam do dinheiro para pagar aluguel, comprar comida, seus pertences, as coisas necessárias. As pessoas estão sem dinheiro para vir trabalhar, sem gás de cozinha, boletos atrasados, e a situação está cada dia mais difícil. A gente não tem nenhum parecer. A empresa só diz que está sem previsão”, lamentou.

Trabalhando há oito meses também no setor administrativo, a funcionária Cida Vieira pediu a atenção do prefeito Colbert Martins para a situação das policlínicas e dos trabalhadores que estão com os salários atrasados.

“Eu gostaria de fazer um apelo ao nosso prefeito, para que ele olhasse para nós com carinho. Não só para nós da policlínica do Feira X, mas para todas as policlínicas, porque somos trabalhadores e estamos aqui porque amamos o nosso trabalho, mas precisamos da nossa condução, dar uma satisfação aos nossos devedores, e nós estamos aflitos, porque essa situação decorre há vários meses. Todos os meses estamos aqui aflitos, ansiosos, porque o nosso salário atrasa e não temos um parecer. A gente liga para a empresa e ela só diz que não tem previsão, mas isso não é resposta para um trabalhador. Que as autoridades ainda hoje nos deem uma posição”, cobrou.

Ela ressaltou que apesar dos salários em atraso, os funcionários decidiram não paralisar as atividades. “Nós não vamos parar, porque o público não tem culpa, e aqui é uma emergência. Não vamos deixar que as pessoas fiquem prejudicadas.”

Procurado pela reportagem, o secretário municipal de saúde, Marcelo Britto, informou por telefone que a secretaria já alertou a empresa, que tem a obrigação legal de fazer o pagamento aos funcionários até o quinto dia útil do mês, com previsão de sanção pelo não cumprimento.

“Com relação ao repasse da prefeitura, ele está hoje na modalidade de aditivo de contrato, ou seja, a prefeitura não pode fazer o pagamento, enquanto a etapa de aditivamento não for feita. Não pode fazer pagamento, sem que tenha um contrato que respalde esse pagamento, e nós estamos exatamente vivendo esse momento, não só com as empresas com contrato de gestão de mão de obra, quanto com outros prestadores privados. Eles têm que apresentar toda a documentação própria, alvará, certidão negativa de impostos, toda a documentação prevista na legislação, e isso tem que passar pela controladoria, e por fim ele é assinado e publicado no Diário Oficial. Só a partir desse momento, a prefeitura pode fazer o pagamento, senão o secretário incorre em crime de responsabilidade por ter feito um pagamento sem o devido respaldo. Essa é uma etapa burocrática que todos os órgãos públicos estão enfrentando. Mesmo em home office, estou acompanhando pessoalmente esse caso de forma a acelerar ao máximo esse trânsito, de forma a regularizar esses pagamentos”, justificou.

 

Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade. 

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