Feira de Santana

Sem reajuste há dois anos, rodoviários de Feira de Santana tentam reaver na Justiça direito de paralisar atividades

Segundo o sindicalista, representantes do sindicato e o corpo jurídico se reuniram na manhã de hoje (29) para definir os próximos passos.

Laiane Cruz

Sem reajuste salarial há dois anos e sem diálogo com os proprietários das empresas de ônibus Rosa e São João, os rodoviários de Feira de Santana tentam reaver na Justiça o direito de protestar por melhores condições de trabalho e salários, por meio da paralisação dos serviços.

No dia 23 de agosto, horas após a deflagração da greve dos rodoviários, o juiz Nunisvaldo dos Santos, da 2ª Vara da Fazenda Pública do município, concedeu uma liminar à prefeitura de Feira, suspendendo a paralisação de forma imediata, sob multa diária de R$ 100 mil em caso de descumprimento.

Mas, de acordo com o presidente do Sindicato dos Rodoviários de Feira de Santana, Alberto Nery, em conversas com o Ministério Público Estadual (MPE), foi informado que o juiz não teria competência para legislar sobre a causa. Por isso, desejam que a ação seja devolvida ao Tribunal Regional do Trabalho (TRT).

“Lamentável que o Poder Judiciário, mesmo não sendo de competência desse juiz, ele dá uma liminar suspendendo a paralisação dos trabalhadores que buscavam a recuperação do seu poder aquisitivo. Então suspendeu a greve e nós acatamos a decisão judicial. Só que até hoje os empresários não manifestaram interesse em sentar com a representação trabalhista, para que pudéssemos discutir e encontrar uma solução para atender a reivindicação dos trabalhadores. O último reajuste foi em maio de 2019. De lá para cá, nós não tivemos reajuste. Todos os demais trabalhadores do sistema, mesmo com o processo de pandemia, tiveram a recuperação da inflação sobre os seus salários e aqui não”, informou Nery.

Foto: Divulgação/ Sintrafs

Segundo o sindicalista, representantes do sindicato e o corpo jurídico se reuniram na manhã de hoje (29) para definir os próximos passos.

“O patronato continua nadando de braçadas, sem atender a reivindicação do trabalhador. Estávamos, reunidos com os companheiros da direção, o departamento jurídico, para que a gente tome providências, porque existe uma frota rodando hoje na cidade sem cobrador, existe um intervalo na jornada, que só se é permitido com acordo entre as partes, e há um intervalo acima do que determina a lei. Vamos intensificar a cobrança, porque foi manifestado pelo Ministério Público que não era da competência desse juiz. Que a ação seja encaminhada logo ao juiz de origem, no Tribunal Regional do Trabalho, e aí então vamos direcionar o que vamos fazer. Já são dois anos sem reajuste, mas ontem vi o sindicato de Brasília conseguir um reajuste de 12% para os trabalhadores de lá”, disse.

Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade. 

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