Acorda Cidade
A Câmara Municipal de Feira de Santana aprovou na última terça-feira (21) um requerimento de autoria do vereador Jhonatas Monteiro (PSOL), que pede informações sobre supostas desapropriações realizadas em Feira de Santana para a implantação do BRT.
A realização de desapropriações veio a público na última audiência para avaliação das metas fiscais do município – realizada quadrimestralmente pela Comissão Permanente de Finanças, Orçamento e Fiscalização – quando o secretário municipal da Fazenda respondeu um questionamento feito por Jhonatas sobre o uso dos recursos.
A informação apresentada pelo secretário Expedito Eloy causou estranheza, uma vez que o trajeto do BRT se dá nas principais avenidas do município, e não há clareza se imóveis foram desapropriados ou não nessas áreas. Diante disso, o mandato do vereador elaborou solicitação formal da informação, pedindo também detalhamento a respeito de quais imóveis teriam sido desapropriados, em quais locais e por qual valor.
É importante destacar que, custando cerca de 97 milhões de reais aos cofres públicos, a implantação do BRT foi, desde o princípio das obras, alvo de contestação por parte da sociedade civil. A principal alegação é de que o sistema não atende às reais necessidades da população, mas ao longo dos anos também se contestou a derrubada de árvores na avenida Getúlio Vargas para a construção das estações e a destinação de grande parte dos recursos para intervenções que beneficiam a circulação de carros – a exemplo das trincheiras no cruzamento entre as avenidas Getúlio Vargas e Maria Quitéria – e não os próprios ônibus do BRT.
Além disso, a obra, iniciada em 2015, permanece inconclusa, e a parte em funcionamento não corresponde a um sistema BRT de fato, segundo constatação de uma comissão especial criada pela Câmara Municipal com o objetivo de fiscalizar o sistema.