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Amigo suspeito de matar jovem e deixar corpo em mata fez posts nas redes sociais dias após crime, diz delegado

Ariane de Oliveira foi achada morta sete dias após ser considerada desaparecida, em Goiânia. Três pessoas foram presas e uma adolescente apreendida, todos alvos da investigação.

Acorda Cidade

Um dos presos suspeitos de participar do homicídio de Ariane de Oliveira, de 18 anos, fez publicações nas redes sociais dias após o crime “como se nada tivesse acontecido”, segundo o delegado Marcos Gomes. Três jovens foram presos e uma adolescente apreendida alvos das investigações, em Goiânia.

As publicações registradas dias após o crime foram feitas pelo suspeito Jeferson Cavalcante Rodrigues, de 22 anos. No entanto, o delegado disse que todo o grupo continuou fazendo publicações nas redes sociais.

Além dele, também são suspeitos do crime uma adolescente de 16 anos, que não teve o nome divulgado, Raíssa Nunes Borges, de 19 anos, e Enzo Jacomini Carneiro Matos, de 18, que usa o nome de Freya. Todos estão detidos na Delegacia de Capturas.

O g1 não conseguiu descobrir quem representa a defesa dos suspeitos para pedir uma posição sobre o caso até a última atualização desta reportagem.

Questionado sobre como foi o comportamento dos investigados após o crime, o delegado explicou:

“Continuaram tranquilos, postando nas redes sociais todos os dias, como se nada tivesse acontecido”.

Em uma das publicações feitas por Jeferson e registradas pelas investigações, o suspeito afirma que se sente atraído pelo “charme de distúrbios e problemas psicoemocionais”.

O tema é recorrente entre o grupo porque, também segundo as investigações, Raíssa queria saber se era psicopata e a adolescente apreendida pode ter sugerido que a amiga matasse alguém para descobrir se de fato tinha o transtorno.

Apesar das suspeitas de possíveis transtornos de personalidade, o delegado ressaltou que só um laudo médico pode indicar o que de fato se passa com os investigados.

Investigação

As investigações apontaram que os quatro suspeitos chamaram a vítima para lanchar dizendo que a buscariam em casa e a levariam de volta após o passeio.

No entanto, a Polícia Civil apurou que o grupo planejou o crime no dia anterior, tendo feito até uma lista de possíveis alvos e escolhendo Ariane por ela ser pequena e, teoricamente, fácil de segurar caso resistisse.

Também segundo as investigações, o objetivo do grupo era matar Ariane para saber se Raíssa Borges era psicopata. Segundo o delegado, a menor é suspeita de ter dado ideia do crime.

Homicídio

O delegado Marcos explicou como o grupo se organizou para cometer o crime dentro de um carro:

Jeferson ficou responsável por levar o carro, forrar o porta-malas com sacos de lixo (para levar o corpo até o local onde ele seria deixado) e providenciar as facas;

Eles colocaram uma música sobre homicídio para tocar durante o passeio e, em um dado momento, o motorista estalou os dedos, o que a Polícia Civil descobriu que era a indicação para Ariane ser morta;

Segundo o delegado, primeiro Enzo enforcou a vítima, depois ela foi esfaqueada – a suspeita é de que a adolescente deu o primeiro golpe e Raíssa o segundo;

As investigações apontaram que, em seguida, o corpo da vítima foi colocado no porta-malas do carro e deixado em uma mata – Jeferson foi flagrado caminhando pela região na noite do crime.

Ainda de acordo com as investigações, o grupo saiu para lanchar logo após o crime e depois continuou convivendo normalmente.

Sumiço e desespero

Mãe de Ariane, a cabeleireira Eliane Laureano recebeu, na noite que a filha saiu com os amigos, uma mensagem de áudio da jovem falando sobre os planos de lanchar e dizendo que voltaria mais tarde.

No entanto, a menina não retornou para casa e, desesperada, a mãe registrou o desaparecimento dela e passou a procurá-la. O corpo de Ariane foi encontrado sete dias depois em mata no Setor Jaó – mesmo bairro em que a vítima disse que iria com os amigos.

“A Ariane saía muito e sempre me mandava vídeos com quem ela estava, inclusive, vídeos com eles. No dia, ela estava pronta para dormir e eles a tiraram de casa. A chamaram para morte”, lembrou a mãe.

Um dos suspeitos do crime enviou uma mensagens para Eliane no dia em que o corpo da filha foi encontrado pela polícia. No texto, ele dizia que amava Ariane e que ela não merecia morrer.

A mãe revelou ainda que a adolescente suspeita de participar do crime também enviou uma mensagem, mas na noite de 15 de setembro – um dia antes de ser apreendida – , pedindo perdão.

 

Fonte: G1

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