Laiane Cruz
Após o feriado prolongado da Independência do Brasil e ânimos revigorados, a manhã na Câmara de Vereadores de Feira de Santana foi movimentada nesta quarta-feira (8), com troca de farpas e acusações por todos os lados entre os edis. Em um desses embates, que são rotineiros na Casa Legislativa, estavam os vereadores Emerson Minho e Paulão do Caldeirão.
As primeiras rajadas começaram com o vereador Emerson Minho (DC), que exaltado, disparou contra Paulão do Caldeirão (PSC) sobre sua mudança de postura em relação ao prefeito Colbert Martins, passando a defendê-lo, e traindo os aliados.
Foto: Paulo José/ Acorda Cidade
Para Minho, Paulão virou a casaca depois que pessoas ligadas a ele foram nomeadas para ocupar cargos no distrito de Jaguara, e que foi essa a razão de ele não ter aprovado um requerimento na Câmara, que cobrava explicações sobre os recursos empregados pelo governo na implantação do Sistema BRT.
“Ele simplesmente virou a casaca. Um vereador que entrou aqui dizendo que era pelo povo. Quero que ele entre no Paulão do Caldeirão e nos meios e pergunte se o povo não quer saber quantos, quais e em que localização ocorreram as desapropriações de imóveis para implantação do BRT. Qual o preço pago com essas desapropriações, e a origem dos recursos utilizados? Mas a marola virou, isso é inadmissível. O povo está vendo”, afirmou.
E prosseguiu: “Eu acho que ele agora poderia ser o vice-líder ou líder do governo. A forma como esse vereador está se portando é uma vergonha. Não podemos acender uma vela pra Deus e outra pra o diabo. Como pode um vereador que há uma semana estava brigando e pedindo esclarecimentos do BRT? Só pode ser os cargos de Jaguara, que foram nomeados e agora está havendo essa mudança. Isso é feio, triste, trair o grupo como você está traindo, e pior, traindo a população feirense. Nunca chamei o prefeito das coisas que o senhor chamou, e hoje você está melhor do que o vereador Lulinha e Pedro Américo, defendendo o governo. Será que a população de Feira não quer essas informações? Faça uma enquete no seu programa”, desafiou Emerson Minho.
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Indignado com as declarações do colega sobre sua mudança repentina de comportamento, que logo após foram endossadas pelo vereador Edvaldo Lima, Paulão do Caldeirão deu o revide.
“Emerson Minho traiu Zé Neto e fechou com Colbert Martins pelo punhado de 70 cargos naquela época, só que Colbert traiu ele e não deu nada. Fez o acordo e não cumpriu, e Emerson rompeu de novo. Mas todo mundo sabe que o acordo para ele largar Zé Neto foi 70 cargos. Colbert não deu, porque ele dá a palavra e não cumpre”, disparou contra Minho.
Logo em seguida, Paulão apontou para Edvaldo Lima. “Aí Edvaldo Lima chega aqui e diz que eu me vendi. Edvaldo, eu tenho o senhor como homem de Deus e tem que respeitar a mim e ao meu mandato. Agora o senhor (Edvaldo Lima) diz que se a gente vota contra um requerimento aqui é porque a gente está vendido. Eu nunca vendi a minha família por cargos para estar no governo. Nunca vendi ninguém, nem troquei negociação. Meu povo está aí, e Colbert nomeou algumas pessoas de Jaguara, pessoas que o ajudaram. O que não dá vereador Edvaldo Lima é querer tapar o sol com a peneira. O senhor pediu CPI do Transporte no governo de José Ronaldo. O senhor era ferrenho contra José Ronaldo, que chamou Edvaldo Lima, sua família e seus parentes e nomeou”, declarou, antes de conseguir finalizar devido ao mal-estar sofrido pelo presidente da Casa, Fernando Torres, e por isso a sessão, ou melhor, o tiroteio, precisou ser encerrado.
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Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade.
