Biografia sobre Santa Dulce dos Pobres voltada para o público infanto-juvenil será lançada pela escritora baiana Carla de Jesus

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Na trezena de preparação para a Festa de Santa Dulce dos Pobres, no ano passado, a escritora baiana Carla de Jesus recebeu um chamado. Acompanhando a homilia pelo celular, aceitou o convite de Santa Dulce para contar sua história para crianças e adolescentes. No dia seguinte, foi até o Santuário da religiosa, no largo de Roma, agradecer e já iniciou um mergulho mais profundo na tragetória de vida da primeira santa brasileira.

“Senti aquele olhar doce tocar meu coração pedindo para que eu escrevesse um livro para as crianças. Foi um turbilhão de emoção. Desse dia para cá, não me aquietei mais”, conta a autora que se prepara para lançar Dulce Aventureira, no próximo dia 12 de agosto, exatamente um ano após o chamado.

Educadora da rede municipal de ensino da capital baiana, Carla de Jesus já vinha se dedicando à literatura e à arte de contar histórias desde 2012. Dulce Aventureira é seu sexto livro infantil e chega ao mercado com selo da Cogito Editora e ilustrações de Fabio Haendel. “Fiz questão de escolher editora e ilustrador da Bahia para valorizar nossas raízes”. Por conta da pandemia, o lançamento será virtual em evento aberto ao público no canal do Youtube da Cogito Editora.

Fruto de uma cuidadosa pesquisa, Dulce Aventureira conta a história do Anjo Bom da Bahia de forma lúdica mas sem perder o compromisso com os fatos históricos. Nas 20 páginas da obra literária, os leitores mirins vão conhecer detalhes da grandiosa vida da menina baiana que nasceu Maria Rita de Souza Brito Lopes Pontes, no dia 26 de maio de 1914. Filha do cirurgião dentista, professor e advogado Dr. Augusto Lopes Pontes e de Dulce Maria de Souza Brito Lopes Pontes, Mariinha – como era carinhosamente chamada pelos pais – era uma menina sapeca, que gostava de brincar de boneca mas também de futebol.

De família católica, a vida de Maria Rita ganhou novo sentido quando visitou com uma tia a comunidade carente. Ficou tão triste com a pobreza que viu que começou, aos 13 anos, a ajudar quem mais precisava. Aos 15 anos, anunciou o desejo de ser freira. Sua caminhada de amor e serviço começa no dia 13 de agosto de 1933, quando Mariinha recebeu o hábito de freira e o seu novo nome: Irmã Dulce. “Sempre admirei a vida de Irmã Dulce. Ela abdicou de tudo para cuidar dos excluídos. Sua história é inspiradora”, define a autora.

Com baixa estatura (tinha menos de um metro e meio de altura) e aparência frágil em função de problemas respiratórios, Irmã Dulce foi grandiosa nos pequenos gestos cotidianos de amor e solidariedade. A religiosa construiu, a partir de um galinheiro, a semente para uma das maiores instituições filantrópicas do país. “O grande legado de Santa Dulce foi amar e servir ao próximo com uma fé viva em nosso Senhor. E nossas crianças precisam conhecer e aprender a viver esse amor pelo outro desde pequeninos”, destaca a autora animada com a possibilidade do livro ganhar uma versão também em braile.

Para a também escritora Celina Bezerra, que prefacia a obra, o mais novo livro de Carla de Jesus conduz os leitores a uma deliciosa viagem pela vida de Santa Dulce dos Pobres, narrando fatos e curiosidades, desde sua infância até se tornar uma estrela do céu que ainda brilha entre nós. “Com uma linguagem fácil e fluida, Dulce Aventureira irá agradar, desde as crianças até os mais velhos”, aposta Bezerra.

Quem adquirir o livro estará contribuindo para manter viva as Obras Sociais Irmã Dulce. Autora e editora decidiram doar parte da renda para o projeto social criado pela religiosa. Um terço do valor da venda do livro Dulce Aventureira será revertido para manter os projetos. Carla de Jesus também fará doação de exemplares do novo livro e das obras lançadas anteriormente para que sejam lidos para os pequenos assistidos em um dos 110 leitos do Hospital da Criança e pelas 750 crianças e adolescentes assistidas pelo Centro Educacional Santo Antônio, em Simões Filho. “Assim que for possível, queremos fazer visitas presenciais para contação de histórias também. Rezando para Santa Dulce para que essa pandemia acabe logo”, conclui Carla.