Feira de Santana

Crise no transporte público de Feira de Santana é devido a má gestão do sistema, diz advogado de empresas que deixaram o serviço

O advogado concluiu dizendo que o transporte público municipal não é tratado como merecido, devido à má gestão do sistema.

O pagamento das verbas rescisórias, dos trabalhadores das empresas Princesinha e Viação 18 de setembro está longe de ser efetuado. Desde que declararam falência em 2015, ainda recorrem à justiça contra a prefeitura municipal sobre os pagamentos em vales. Em entrevista ao Acorda Cidade na manhã desta quarta-feira (4), o advogado das empresas, Ronaldo Mendes, destacou o que foi feito na época, para que os trabalhadores não saíssem das empresas ainda mais prejudicados.

“Sentimos muito porque são pais de famílias que não tiveram suas verbas rescisórias. Na época, em 2015, tivemos uma audiência junto ao Ministério Público do Trabalho e com a Procuradora do Trabalho, Dra. Rosimeire, e conseguimos que ela liberasse em uma situação bastante atípica e sensível ao MPT que atua em favor do trabalhador, que foi liberar o FGTS depositado e desse autorização para a baixa da carteira de trabalho. Fizemos isso para que trabalhadores da Viação e 18 de Setembro pudessem entrar em uma nova empresa, não prejudicassem eles, já que não tinham recebido a verba rescisória. Feito isso, essas pessoas somente receberam essas verbas. FGTS depositado e a carteira foi notada com baixa”.

Ronaldo também explicou a relação da prefeitura com a Princesinha e 18 de setembro, quando foram declaradas como falidas. Segundo ele, as empresas de ônibus em circulação atualmente são um reflexo da crise econômica no transporte público.

“Os trabalhadores da Viação e da 18 de Setembro nunca receberam um centavo de rescisão porque a prefeitura deu calote nelas. Tinha vale-transporte a ser pago, mais de R$6 milhões, além de deixar de pagar as empresas, que ficaram sem dinheiro para abastecer os ônibus. Isso é tão verdade, que as mesmas empresas passam pelo mesmo drama. Chegaram numa cidade enganadas pelo canto da sereia, achando que iam ganhar dinheiro. Hoje, estão ameaçando ir embora, tirando ônibus de circulação, tudo o que as outras faziam. Não era maldade das empresas, elas eram destruídas pelo sistema. mas o empregado, que é a parte mais fraca do sistema, é quem vai pagar, infelizmente”.

O advogado concluiu dizendo que o transporte público municipal não é tratado como merecido, devido à má gestão do sistema. À exemplo disso, de acordo com ele, é o BRT.

“A prefeitura não cuida do transporte público da cidade como ele merece. É uma cidade grande, tratada como pequena. Estamos em iminência de uma nova crise. Tem uma CPI que é justamente sobre esse sistema que deixa marcas para quem trabalha nele e a população é quem sofre na sua mobilidade urbana, principalmente sem segurança. O erro está na gestão do sistema, em fazer de conta que gere, que fiscaliza. O BRT tem gaiolas por toda a cidade, horríveis, atrapalham o tráfego, tudo para enganar a população. A falta de atenção e subsídio é visível. A prefeitura não leva à sério aquilo que deveria levar e estamos vendo esse caos”. (Por Maylla Nunes)


 

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