Laiane Cruz
A pandemia trouxe grandes desafios para os relacionamentos entre os casais, pais, filhos, amigos e também para as avós, que por conta do distanciamento social e a necessidade de se proteger permaneceram mais em casa e sem tanto contato físico ou mesmo nenhum com parentes e os netos.
Para driblar a distância e falta que um abraço apertado faz, um beijo e um afago, foi necessário recorrer à tecnologia. E é por meio de ferramentas como aplicativos de conversas e redes sociais que muitas vovós poderão receber os parabéns e o carinho dos seus netos no Dia da Avó, celebrado nesta segunda-feira (26).
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade
A exemplo da aposentada Cacilda Miranda, mãe de três filhos e avó de quatro netos. De uma vida dinâmica de trabalho e muitas viagens, ela passou a encarar a solidão de perto quando o período pandêmico começou. Precisou ficar mais em casa e já não podia mais visitar os filhos e netos que moram em outra cidade.
“Eu me tornei avó há 20 anos. Meu neto mais velho tem 19 anos, vai fazer 20 esse ano. São três filhos e quatro netos. Com a pandemia, mudou muita coisa: o contato pessoal e aquela convivência mais harmoniosa de estar presente. Porque eu tenho dois netos que moram em Aracaju e eu sempre estava viajando, eles vinham aqui e eu ia lá, passava feriados, finais de semana com eles, e por conta desse período não podíamos mais, para nos protegermos”, afirmou Cacilda em entrevista ao Acorda Cidade.
A saída encontrada por Cacilda foi ser cada vez mais assídua nas redes sociais e no bate-papo do WhatsApp. Assim ela podia ‘encontrar’ mais os netos e continuar acompanhando a rotina deles, além de compartilhar a dela.
“Para encontrar mais os netos foi preciso utilizar as tecnologias, que tem facilitado bastante a nossa convivência. Whatsapp, Facebook, Instagram, a gente faz chamadas de vídeos, eu praticamente ligo quase todos os dias para meus netos e meus filhos. Eu moro só e sinto a necessidade de estar em contato com eles, para preencher inclusive o meu tempo de ociosidade, porque essa pandemia me deixou isolada e eu tenho que buscar um novo normal pra poder superar a tristeza, o isolamento e outras coisas que a gente se deprime com a situação”, revelou.
Para a aposentada, os netos significam tudo, são como segundos filhos, porque para ela avó é mãe duas vezes. “Eu percebo isso porque desde o nascimento eu acompanho, vivencio, e me preocupo. Eu busco o crescimento deles, através de vários momentos, situações. Gosto de estar presente na vida dos meus netos.”
Segundo Cacilda Miranda, o Dia da Avó, como outros dias de comemoração, tem um significado até maior, junto com o dia das mães.
“Se a avó é mãe duas vezes, celebrar o Dia da Avó é colocar em evidência o papel dessa mulher que tanto faz ou fez pela criação dos seus netos, pela profissionalização dos seus netos. Aqueles que já se foram ou os que estão presentes. Muitas avós assumem o papel de mãe e criam os netos para dar oportunidade aos filhos trabalharem.”
Apesar de assumirem esse papel tão importante na vida dos seus netos, Cacilda Miranda avalia que avós também precisam buscar no seu tempo de envelhecimento ser mais ativas com sua própria vida, e ter seu tempo livre.
“Precisamos buscar desenvolver habilidades, porque a felicidade temos que buscar a todo momento. E a velhice não é doença, é uma fase da vida que deve ser vivida com alegria, respeito, dignidade e um olhar carinhoso por todos.”
O neto mais velho de Cacilda, Luis Gustavo, de 19 anos, confirma que sempre gostou de passear e viajar com a avó antes da pandemia, que trouxe para ele muitas mudanças com o distanciamento dos familiares e parentes.
“Agora meu contato com minha avó é mais por Whatsapp. Ela é como uma segunda mãe, que me dá muitos conselhos e educa muito”, declarou.
Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade.