Automobilismo

Competição da 'Mercedes-Benz Challenge' tem representante de Feira de Santana

Rafael morou no conjunto Feira VI, achava que o automobilismo era um sonho distante, mas ele o alcançou.

Gabriel Gonçalves

Nascido em Feira de Santana, o piloto de Automobilismo, Rafael Mascarenhas, representará a cidade neste domingo (25), na competição 'Mercedes-Benz Challenge', uma corrida de carros esportivos que será realizada no Autódromo Velocitta, município de Mogi Guaçu, em São Paulo.

Fanático pelo esporte, Rafael contou ao Acorda Cidade que sempre gostou do automobilismo, mas o tinha como visão, um sonho distante que nunca seria alcançado, mas ele o alcançou.

Foto: Arquivo Pessoal

"Eu morei toda minha vida em Feira de Santana, fui criado ali no Feira VI e desde criança, sempre gostei de Fórmula 1. Eu assistia junto com meu vizinho na frente de casa as corridas, gravava na fita, acompanhava Schumacher e sempre fui muito fã. Só que automobilismo para mim, sempre foi algo muito distante, porque é um esporte muito caro, esse era o meu pensamento, mas graças ao meu trabalho, hoje eu atuo há 11 anos no mercado financeiro e foi através desse trabalho, que consegui efetuar o pagamento dos cursos e vim para São Paulo todo mês para correr. De vez em quando, junto com outros amigos, nos reunirmos, alugamos o espaço de Interlagos, seja pela manhã, pela tarde ou até mesmo o dia inteiro e ficamos treinando. Foi assim que teve início a minha carreira como piloto profissional, fui apresentado ao dono da categoria, fiz um teste e consegui a aprovação", explicou.

De acordo com Rafael, os treinos para a competição em sua grande maioria, são realizados através de simuladores, mas quando é necessário treinar na pista do autódromo, o investimento precisa ser um pouco mais alto.

"Hoje em virtude da alta tecnologia que nós temos, nós pilotos, treinamos em simuladores, nós temos em casa e qualquer pessoa pode comprar, isso vai depender do bolso de cada um, porque existe uma faixa de preço que varia de dois a até 80 mil reais, um simulador. Mas por conta dessa tecnologia tão avançada, se torna real, como se estivesse na pista pilotando, porque tem a pressão dos pedais, do volante, então existe uma noção como será na pista. Com relação ao treinamento na pista, a gente tenta treinar o mínimo possível, porque para que possamos ter uma noção, em apenas uma tarde durante o treinamento, conseguimos queimar um jogo de pneus, que custa entre R$ 8 a R$ 10 mil, fora o aluguel da pista, o combustível, é um esporte que a gente tenta treinar o máximo possível no simulador para performar uma corrida sem muitas dificuldades", destacou.

Desafios

Para Rafael, para competir com alguém, é necessário competir consigo mesmo, pois é no momento de concentração que se conquista os melhores resultados.

Foto: Arquivo Pessoal

"Eu posso dizer que os maiores desafios que já tive, é poder competir comigo mesmo. Se as pessoas, os pilotos disserem que o concorrente dele é um, é outro, isso é mentira. Se Lewis Hamilton disser que o concorrente dele é Max Verstappen ou vice-versa, isso é mentira. O maior concorrente que você tem dentro da pista, é você mesmo. É necessário fazer o traçado, você monta o seu tempo, se supera a cada minuto, questão de ultrapassagem é natural e quando você começa a focar no jogo, a cada curva o tempo vai melhorando e quando percebe já ultrapassou quem estava na frente, mesmo que tenha naquele momento, 20, 30 carros, o esporte é individual, é necessário ter total controle do carro e concentração", declarou.

Como mencionado no início da reportagem, a corrida que acontece neste domingo (25), será realizada no Autódromo Velocitta. Para Rafael, esta é uma das pistas mais difíceis do Brasil, mas todo conhecimento será necessário para realizar uma ótima corrida.

"Dizem que a pista é a mais difícil do Brasil, uma pista muito complicada de se andar, então estou focado, primeiro eu preciso aprender o traçado, eu só corri pelo simulador em casa, ainda não conheço pessoalmente, mas a preocupação mesmo é não rodar na pista. Você está em uma curva a 140 Km/h ou até 150 Km/h, em uma reta você chega a 250 Km/h. Preciso saber o traçado corretamente, os pontos de freadas, porque um acidente pode ser fatal. É um esporte muito bom, muito gostoso, mas também é perigoso, então como eu não tenho noção ainda da pista, eu vou conhecer o máximo possível e no sábado durante o treino de classificação, ter um bom resultado", afirmou ao Acorda Cidade.

Foto: Reprodução/Stories/Instagram
 

Mesmo diante das dificuldades no início, achando que seus sonhos poderiam estar distantes, hoje Rafael é fonte de inspiração para muitos jovens que sonham em seguir na carreira do esporte. Segundo ele, é necessário persistir nos objetivos.

"Hoje eu posso dizer que nada é impossível. Eu fui criado no Feira VI, meus pais nunca foram ricos, graças a Deus me deram uma ótima educação e uma ótima instrução. Jamais eu poderia imaginar que hoje estaria correndo como eu sempre sonhei, ainda mais com a grande marca que é a Mercedes. Hoje tenho acesso a outros pilotos, como o filho de Emerson Fittipaldi, e até falar isso, me deixa arrepiado, porque é inexplicável, é uma coisa fantástica que eu vivencio dia após dia. Posso dizer que é você contra você mesmo, não tem ninguém querendo tomar o teu lugar. É preciso ter foco no que está fazendo para que os objetivos sejam alcançados. Eu hoje atingi alguns objetivos, mas ainda sigo em busca dos meus sonhos", concluiu.
 

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