Laiane Cruz
Com a liberação das aulas na rede privada, em formato híbrido (presencial e online), pela prefeitura de Feira de Santana, muitas escolas já iniciaram a fase de ajustes finais para essa retomada, que acontecerá a partir da próxima segunda-feira (19).
Quanto às aulas da rede municipal, segundo a Secretaria de Educação, ainda não há previsão de retorno, mas de acordo com o decreto publicado ontem (12), a rede tem um prazo de 15 dias para apresentar ao município o plano de retorno também desses alunos.
De acordo com a coordenadora pedagógica do Colégio Santo Antônio, Poliana Magalhães, a unidade de ensino aguardava com expectativa a publicação dos decretos estadual e municipal autorizando o retorno das aulas presenciais. Ela explicou que o colégio já vinha se organizando há meses para que esse momento aconteça com toda a segurança possível.
Foto: Acorda Cidade
“Estávamos nessa expectativa do que cada decreto iria trazer para que pudéssemos terminar essa organização, que desde o primeiro semestre estávamos preparando. São muitos detalhes, muitas coisas que, às vezes, parecem pequenas, mas que precisamos estar atentos pra que a gente possa zelar pela segurança dos nossos colaboradores, dos alunos e as famílias”, informou a coordenadora em entrevista ao Acorda Cidade.
Ela ressaltou que com a pandemia houve uma interrupção muito grande no processo de desenvolvimento e aprendizagem dos estudantes e foi preciso se adequar a esse momento buscando novas metodologias e estratégias para sanar essas dificuldades e buscar a melhor forma de fazer o ensino online.
“São crianças, adolescentes e por mais que tenham contato com a tecnologia, falta o olho no olho, a atmosfera da escola e falta o social, pois a gente sabe que não é a mesma coisa. A gente buscou fazer o melhor e vamos continuar buscando, porque a gente sabe que nesse momento nem todos vão voltar. Mas era um anseio essa volta, e tem o stress do aluno, do professor. A saúde mental esteve e ainda está abalada, pais que não podem acompanhar, dificuldade de acesso, violência doméstica, o próprio isolamento social, abandono escolar, não só das séries dos anos finais e médio, mas também da infância”, destacou.
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Poliana Magalhães salientou que no ano passado houve a evasão escolar de boa parte dos alunos e isso pode trazer prejuízos. Outras consequências também ocorreram para o trabalho com o desenvolvimento de habilidades, que nem sempre é possível desenvolver no online.
“Os cuidados com o currículo são uma preocupação do Conselho Nacional de Educação e também da nossa escola, como de todas as escolas, de pensar um currículo que possam sanar essas dificuldades de 2020 pra 2021, e agora de 2021 para 2022. Esse currículo não vai conseguir dar conta de tudo, mas são reflexos que a gente vai ter que repensar durante um tempo.”
Ensino Híbrido
A coordenadora pedagógica do Colégio Santo Antônio explicou ainda como se dará o ensino híbrido. De acordo com ela, esse formato foi uma possibilidade colocada pelo Conselho Nacional de Educação (CNE) e está presente no decreto municipal.
“O ensino híbrido mescla atividades presenciais com atividades online. Vamos fazer uma escala no presencial e no online. Sem contar que haverá aqueles alunos que não poderão estar conosco, por opção da família, mas que também vão precisar ser atendidos apenas no online. É importante fazer uma diferença de conceito entre transmissão ao vivo e ensino híbrido. São coisas diferentes. O híbrido é uma modalidade de ensino e dentro dela existem vários métodos da educação infantil e nos anos finais. A transmissão ao vivo vamos utilizar nos anos finais e no ensino médio, porque aí a gente já tem outro foco pra o desenvolvimento deles. Então é preciso ficar bem claro o que é o ensino híbrido.”
Conforme a coordenadora, o colégio organizou também uma live através do seu canal no Youtube para que pais de alunos possam tirar todas as dúvidas com relação a esse novo formato de aprendizagem.
“Ontem já divulgamos para as famílias sobre o nosso protocolo, uma síntese dele. São muitos detalhes, mas está disponível também na escola, que contratou uma empresa de infectologia pra que pudesse fazer uma consultoria de como seria, do que a gente pode e não pode, e enxergar também aquilo que a gente dentro da escola não é capaz de ver. Eles nos ajudaram nesse processo. A partir disso, montamos esses protocolos, enviamos para as famílias. E hoje à noite aproveito para fazer o convite às famílias a acessarem a página da escola no Youtube, onde a gente vai tirar as dúvidas, explicar como vão ser os processos, a metodologia. Nós já estamos recebendo as dúvidas, e pedimos que enviem para os telefones de whatsapp da escola, para que a gente possa fazer uma síntese das dúvidas e tire hoje à noite.”
A coordenadora reforçou também que as famílias que optarem por não enviar os seus filhos para a escola terão o direito ao ensino garantido. “O protocolo da escola está baseado no nosso programa socioemocional, e um dos pontos desse programa é que todos precisam ser atendidos e têm o mesmo direito. E se os pais optarem por não mandar, que tenham alguma comorbidade do aluno ou da família, e não quiserem mandar pra escola, isso é um direito, vai ser respeitado, e a esses alunos vai ter garantida essa assistência.”
