Laiane Cruz
O mês de junho é dedicado à campanha de conscientização sobre duas doenças que afetam milhares de pessoas anualmente no Brasil. A anemia pode ser causada por diversos fatores, entre eles a falta de nutrientes. Já a leucemia, está entre os principais tipos de câncer de sangue no Brasil e estima-se que por ano, 11 mil brasileiros são diagnosticados com a patologia.
De acordo com a médica hematologista Érika Macedo, por conta da pandemia, muitas pessoas estão deixando de lado as consultas e isso tem gerado muitos diagnósticos tardios. Ela explicou ainda que muitas pessoas confundem a leucemia com a anemia, porém as duas doenças são diferentes e não têm relação entre si.
“A Leucemia é um câncer das células do sangue, onde se tem uma mutação genética. Então as células de defesa se tornam cancerígenas e começam a se reproduzir de forma desornada, fazendo que com se reduza a produção de outras células, como as hemácias, as plaquetas, e há uma produção cada vez maior das células doentes, que vão gerar então sintomas. Já a anemia ocorre quando se tem uma redução da produção de glóbulos vermelhos, que pode ser causa ou consequência de alguma doença. Muitas vezes são confundidas, mas não tem nada a ver a leucemia com a anemia”, esclareceu a especialista.
Ela detalhou mais sobre a anemia, que ocorre com a diminuição de células vermelhas, responsáveis por oxigenar os tecidos.
“Isso gera fadiga, cansaço, pode gerar esquecimento, queda de cabelo, unha quebradiça, dificuldade para fazer pequenos movimentos, falta de ar, cansaço físico intenso e a palidez cutânea. A causa pode ser diversa, pode ser consequência de algum problema, por exemplo, a anemia falciforme, que gera anormalidade nas hemácias e faz com que sua produção ocorra de maneira menor. Mas, pode ser por uma deficiência também, então existem várias causas, como a deficiência de ferro, de B12, ácido fólico, e por outras doenças como hipotireoidismo, diabetes descompensada, que são doenças crônicas”, afirmou.
O tratamento para a anemia, de acordo com a hematologista, depende da causa a que está associada. Já as leucemias agudas necessitam de quimioterapia. Quanto às crônicas são a mieloide crônica e a linfoide crônica, e o tratamento depende de cada caso.
“Muitas vezes, na mieloide crônica a gente usa medicamentos orais para controle da doença e a linfoide crônica, às vezes, nem precisa de tratamento, mas isso depende muito. Mas as agudas precisam de quimioterapia. Os sintomas devem ser relatados ao médico, e o hemograma completo é um exame simples, barato, fácil de realizar e que mostra se há alguma alteração tanto da produção de células vermelhas, quanto a questão das células brancas, através do leucograma e das plaquetas, através da contagem”, afirmou.
Conforme Érika Macedo, quando se tem carência de ferro, é preciso melhorar a questão dos alimentos com a ingestão de folhas verdes, leguminosas e carne vermelha. “Oriento sempre uma alimentação saudável onde a gente tem um balanceamento de frutas, legumes, verduras, de maneira geral. E os pacientes que têm leucemia aguda, a gente não faz nenhuma restrição do ponto de vista alimentar, mas também orienta uma alimentação saudável, que é diminuir os carboidratos e aumentar a ingestão de frutas, legumes e verduras”, reforçou.
Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade