Laiane Cruz
Amante da leitura e da arte de escrever, a estudante de Letras com Espanhol da Uefs Patrícia Lopes de Souza, de 52 anos, corre o risco de perder totalmente a visão. Desde os 18 anos de idade, ela sofre com a diabetes do tipo 2 e é dependente da insulina. Já em 2019, foi diagnosticada com retinopatia diabética proliferativa e desde então tem enfrentado um longo tratamento.
A retinopatia desencadeou uma hemorragia, isquemia e um edema macular em seu olho esquerdo, ao mesmo tempo em que teve um infarto da retina do olho direito. Tais complicações fizeram com que sangue ficasse acumulado em seus olhos.
“Muita coisa aconteceu e eu venho sendo acompanhada pelo retinólogo, e surgiu no dia 6 de fevereiro desse ano uma hemorragia no meu olho esquerdo. Eu já sabia que eu tinha um edema ocular e os fundos dos olhos já estavam estragados. Com essa hemorragia, complicou a coisa, então eu iniciei o tratamento com a fotocoagulação a laser, mas durante o processo eu infartei da retina direita e o médico disse que o que eu perdi, eu não recupero mais, e que iria tentar salvar o que ainda me resta”, relatou a estudante, em entrevista ao Acorda Cidade.
Para tentar salvar o que ainda restou da visão do olho esquerdo, Patrícia Lopes precisa realizar uma cirurgia, chamada vitrectomia, a qual custa em torno de R$ 15 mil. O objetivo é aspirar o sangue do aparelho ocular.
“A vitrectomia é uma cirurgia que eu preciso fazer, porque eu estou com sangue acumulado no olho esquerdo, e eu venho trabalhando com o laser nele, e o direito o médico já deu como terminado, pra não causar nenhuma hemorragia. São várias sessões, eu já estou na décima primeira. O caso é cirúrgico. O médico está tentando me ajudar com o laser, mas na semana passada o sangue não deixou o laser trabalhar. Muitas vezes, o organismo pode absorver esse sangue, mas no meu caso, como sou diabética, isso ficou um pouco complicado. Tenho que fazer essa vitrectomia”, explicou.
Como não possui condições de pagar pela vitrectomia, familiares criaram uma vaquinha online, a fim de arrecadar recursos para Patrícia. A campanha ganhou a adesão também de professores da universidade, colegas e amigos.
“Meus sobrinhos tomaram a iniciativa de fazer a vaquinha, porque eu realmente não tenho condições. Uma cirurgia dessa custa R$ 15 mil e eu não tenho como pagar. Nós começamos a divulgar, professores meus têm me ajudado, amigos, pessoas que eu não via há anos se juntaram à causa e têm me ajudado bastante, a família, e a gente está na expectativa”, revelou.
Mesmo com o procedimento cirúrgico, Patrícia entende que jamais irá recuperar a visão totalmente, porém a esperança é que ela consiga recuperar o que ainda restou.
“A minha maior dificuldade hoje é enxergar e estudar. Por ser estudante de letras, nós lemos muito, estudamos muito, escrevemos muito e hoje eu não estou podendo escrever. O médico me passou um quebra galho, que foi assim que ele chamou os óculos, porque na verdade meu caso já não é mais de óculos, mas ele me passou um pra que eu pudesse enxergar de perto, mas eu enxergo somente um palmo à frente, mais que isso já borra a visão. Eu sei que não vou conseguir recuperar minha visão como era, mas tenho medo de perder o pouco que ainda tenho da esquerda. Por isso eu gostaria de fazer essa cirurgia. O médico disse que estava fazendo de tudo pra eu não ter que fazer a cirurgia, o problema é que o sangue está dificultando o laser chegar nos olhos. O olho direito, infelizmente, ocorreu um infarto, e o esquerdo ainda está problemático.”
Quem tiver interesse em ajudar a estudante pode realizar doações através do link da vaquinha na internet http://vaka.me/2089968, através da chave PIX [email protected] ou a conta poupança da Caixa Agência: 3138 | Conta 00047443-7 | OP 013 em nome de Patricia Lopes de Souza.
Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade.