Laiane Cruz
Proprietários de bares e restaurantes e músicos organizam um protesto contra as restrições de funcionamento impostas pela prefeitura de Feira de Santana. Ele se reuniram na manhã desta segunda-feira (31), em frente ao paço municipal, para discutir a situação dos estabelecimentos e traçar como se dará a manifestação.
De acordo com o proprietário de um restaurante da cidade, Nóide Cerqueira Júnior, a categoria está insatisfeita com a fiscalização exclusiva para o setor, que segundo ele, não é o principal responsável pela contaminação pelo coronavírus.
Foto: Ney Silva/ Acorda Cidade
“Nós estamos aqui para mostrar que não somos os responsáveis pela contaminação. O que está acontecendo é que o nosso setor é o único da cidade que está sendo fiscalizado de fato. Tem uma força-tarefa da prefeitura para nos fiscalizar. E o resto do comércio não tem nada de fiscalização, ou seja, quando eles decretam o horário de fechamento de estabelecimentos, os únicos que são fiscalizados somos nós. É o único que chega um pelotão com vinte carros da polícia, SMT, Vigilância Sanitária, pra fechar. O resto, ninguém mais é fiscalizado. Banco, casa lotérica, e todos os outros, atacadões, que aglomeram, não são fiscalizados e nem tem horário pra fechar”, afirmou o empresário.
Ainda segundo ele, a categoria não aceita mais ser rotulada como a culpada pela contaminação.
“Somos muito criteriosos quando estamos abertos, álcool gel, medição de temperatura, distanciamento e limpeza de mesas com detergentes que combatem o vírus. Então a gente é criterioso porque trabalha com alimentos e já tem o critério de limpeza. E intensificou mais ainda com a questão do vírus. Fica parecendo que a gente é bandido, quando recebe uma fiscalização exigindo até que a televisão seja desligada porque passou do horário. Precisamos, em comum acordo com o órgão municipal e estadual, através dos seus decretos, olhar que nosso setor não é o que está fazendo a contaminação.”
Nóide Cerqueira disse ainda que a redução do horário de fechamento dos bares e restaurantes para as 20h30 prejudicou as vendas.
“A restrição do horário, enquanto estava em 21h30, a gente estava conseguindo pagar as contas. Quando vai pra 20h30, temos que trabalhar até 20h, no máximo. É o horário que as pessoas estão começando a sair pra jantar. A gente vai fazer uma manifestação organizada, sem prejudicar ninguém, pra que as pessoas entendam que não somos os responsáveis pela contaminação. Eu tenho fotos de ônibus, bancos, superlotados, e se há contaminação de pessoas está neles. Porque a gente tem muito cuidado com o atendimento dos nossos clientes”, ressaltou.
Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade.